ATA DA VIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 06-4-2009.

 


Aos seis dias do mês de abril do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Juliana Brizola, Mauro Zacher, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Após, foi apregoado o Ofício nº 237/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 008/09 (Processo nº 1698/09). Também, foram apregoadas a Emenda nº 05, de autoria da Vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, e do Vereador Engenheiro Comassetto, e Requerimento de autoria do Vereador Engenheiro Comassetto, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a votação em destaque da referida Emenda. A seguir, foi apregoado o Requerimento nº 048/09 (Processo nº 1699/09), de autoria do Vereador Ervino Besson, solicitando a instalação da Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo – FRENCOOP. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Nilo Santos, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 025/08 (Processo nº 0953/08). Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 017/09, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Marcello Chiodo, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, ontem e hoje, na 7ª Beauty Fest e no 7º Congresso de Cabeleireiros, no Município de Lajeado – RS. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10159875 e 10198043/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Primeira, Segunda, Terceira, Quarta, Quinta, Sexta, Sétima, Oitava e Décima Sessões Ordinárias e a Ata Declaratória da Nona Sessão Ordinária. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Engenheiro Comassetto, solicitando que a Emenda nº 05 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08 (Processo nº 5002/08), fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Após, o Vereador Reginaldo Pujol formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando informações acerca das Frentes Parlamentares requeridas e em funcionamentos neste Legislativo. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Elias Vidal, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia três ao dia doze de abril do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança a Suplente Maristela Maffei, para o período do dia de hoje ao dia nove de abril do corrente, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Sílvio Luiz Belbute, Presidente da Associação Benjamin Constant, que discorreu sobre questões atinentes à revisão da listagem de prédios arrolados como patrimônio histórico e cultural de Porto Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Reginaldo Pujol, Adeli Sell, Airto Ferronato, João Antonio Dib, Ervino Besson, Toni Proença, Luiz Braz, Maristela Maffei e Dr. Raul manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Mauro Zacher. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da Senhora Carmem Padilha, Presidenta do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA. Ainda, a Vereadora Sofia Cavedon procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de cópia da Lei Complementar Municipal nº 601/08, que dispõe sobre o Inventário do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do Município de Porto Alegre. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os Vereadores Paulinho Ruben Berta e Nilo Santos. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Legislativo, do Senhor Humberto Goulart, Diretor do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Engenheiro Comassetto, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, no dia dezoito de março do corrente, de visita à primeira fábrica brasileira de veículos leves sobre trilhos, no Município de Juazeiro do Norte – CE. Durante o pronunciamento do Vereador Engenheiro Comassetto, foi realizada a apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Excelência. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por dezenove votos SIM, onze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni Proença, Não os Vereadores DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcello Chiodo, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção os Vereadores Bernardino Vendruscolo e Valter Nagelstein. Em prosseguimento, foram apregoadas as seguintes Emendas, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08: de nos 06 e 10, de autoria do Vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PMDB; de nº 07, de autoria do Vereador Waldir Canal, Líder da Bancada do PRB; de nº 08, de autoria da Vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT; de nº 09, de autoria do Vereador Toni Proença, Líder da Bancada do PPS, e de nº 11, de autoria dos Vereadores Nilo Santos e Alceu Brasinha, respectivamente Líder e Vice-Líder da Bancada do PTB, DJ Cassiá e Nelcir Tessaro. Também, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando que as Emendas nos 06, 07, 08, 09, 10 e 11, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Na oportunidade, em face de manifestação do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do encerramento do período de discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08. Às quinze horas e trinta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, a Vereadora Sofia Cavedon e o Vereador Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca da apreciação das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, tendo o Senhor Presidente determinado a distribuição de cópias dessas Emendas aos Senhores Líderes de Bancadas. Às quinze horas e quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinquenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Leudo Costa, Diretor da TV Cristal. Ainda, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Sofia Cavedon, solicitando a votação conjunta das Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08. Em continuidade, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do artigo 179 do Regimento, que dispõe sobre ordem de votação e de encaminhamento à votação de matérias desta Casa. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, as Emendas nos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10 e 11 e as Subemendas nos 01 às Emendas nos 01 e 02, após terem sido encaminhados à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Luiz Braz, João Carlos Nedel, Ervino Besson, Pedro Ruas, Nilo Santos, Sofia Cavedon, Adeli Sell, Valter Nagelstein, Haroldo de Souza, Engenheiro Comassetto e Maristela Maffei, conforme segue. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10 e 11 e as Subemendas nos 01 às Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, por vinte e nove votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada por vários Vereadores, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal, Não os Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção o Vereador Bernardino Vendruscolo. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, por trinta votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal, Não os Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Reginaldo Pujol, optado pela Abstenção o Vereador Bernardino Vendruscolo e tendo apresentado Declarações de Voto os Vereadores Bernardino Vendruscolo, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Reginaldo Pujol. Na ocasião, por solicitação dos Vereadores Mauro Zacher e Dr. Thiago Duarte, foi realizada a leitura das Emendas nos 01 a 11 e das Subemendas nos 01 às Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 003/09, por vinte e quatro votos SIM e três votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini e João Antonio Dib e encaminhado à votação pelo Vereador Nelcir Tessaro, em votação nominal solicitada pelo Vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não os Vereadores Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna e Pedro Ruas. A seguir, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, de autoria do Vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Resolução nº 112/05 (Processo nº 3712/05). Também, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Haroldo de Souza, solicitando que as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei de Resolução nº 112/05, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 112/05. A seguir, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, este em tempo cedido pelo Vereador Airto Ferronato, Ervino Besson, em tempo cedido pelo Vereador Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni e Beto Moesch. Na ocasião, o Senhor Presidente convidou todos para seminário sobre “Publicações Parlamentares”, a ser promovido pela Escola do Legislativo Julieta Battistioli, no dia de amanhã, a partir das quatorze horas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Aldacir José Oliboni, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a Vereadora Maristela Maffei e o Vereador Toni Proença. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/09, discutido pelo Vereador Engenheiro Comassetto; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 011, 023, 027 e 025/09, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, e os Projetos de Resolução nos 005 e 008/09. Às dezoito horas e quarenta e três minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que solicita a dispensa do envio da Emenda nº 05 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, ao PLL 211/08, à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para fazer um Requerimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, para um Requerimento, e acredito que, pela sua singeleza, possa ser formulado sem a necessidade de ser recolhido a termo, mas, se o for, não terá problema, pois, logo em seguida, irei fazê-lo.

Requeiro, formalmente, que a Casa informe quantas frentes parlamentares há funcionando na Casa, quantas há requeridas, e, das que estão funcionando, quem são seus coordenadores.

Ficarei grato a V. Exª, se puder me deferir o pedido.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Requerimento de V. Exª é procedente. Solicito ao Dr. Luiz Afonso que faça o levantamento, e, tão logo tivermos a resposta, esta presidência a informará a V. Exª. Espero repassar a informação ainda na tarde de hoje.

O Ver. Elias Vidal solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 3 a 12 de abril. A Mesa declara empossada a Suplente, Verª Maristela Maffei, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul - CEFOR.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular é um instrumento democrático desta Casa, e que sempre serve para bons debates, envolvendo temas relevantes.

O Sr. Sílvio Luiz Belbute, representando a Associação Benjamin Constant, está com palavra para tratar de assunto relativo à revisão da listagem dos prédios arrolados como patrimônio histórico cultural, pelo tempo regimental de 10 minutos.

A sua presença nos honra; seja bem-vindo à nossa Casa.

 

 O SR. SÍLVIO LUIZ BELBUTE: Presidente, Ver. Sebastião Melo, é uma honra e um orgulho estarmos aqui representando a nossa comunidade, e não apenas a Associação Benjamin Constant, mas um conjunto de entidades do 4º Distrito.

Também gostaríamos de ressaltar que esta é a primeira de muitas Tribunas Populares que pretendemos utilizar nesta Casa, tantos são os temas que necessitam de um acompanhamento constante dos senhores e senhoras Vereadores. Eu quero saudar todos os Vereadores e Vereadoras presentes, os presidentes e representantes de entidades da nossa Região do 4º Distrito, que vieram aqui, também, colocar o seu apoio.

Nós trouxemos um vídeo, Srs. Vereadores, que gostaríamos que já fosse rodando enquanto nos pronunciamos, que é fruto de uma pesquisa, de um levantamento que realizamos na Região do 4º Distrito, nos Bairros São Geraldo, Humaitá, Navegantes. Esse vídeo foi feito de modo que pudesse ficar dentro do período da Tribuna Popular; ele tem apenas oito minutos, e apenas vinte e oito prédios estão ali listados - para nossa surpresa - dos mais de 1.800 imóveis arrolados como de interesse histórico e cultural, na Região do 4º Distrito. Há um material que foi entregue aos Vereadores, contendo as listagens, contendo também este vídeo, contendo a nossa carta - nessa carta nós indicamos os dois links que podem ser acessados com as publicações no Diário Oficial de Porto Alegre, dos dias 30 de abril de 2008, e do dia 05 de maio de 2008, onde está a listagem completa desses imóveis.

Ainda me perguntaram se estes 1.800 imóveis eram da Cidade toda, e eu disse que, infelizmente, não. Infelizmente, estes são só da Região do 4º Distrito.

E por que desejamos essa revisão? Porque queremos o desenvolvimento local e sustentado do 4º Distrito. Há mais de vinte anos o 4º Distrito está relegado à sua própria sorte. Não temos ali investimentos nem públicos nem privados.

Temos a consciência de que o Poder Público sozinho não conseguirá fazer todos os investimentos necessários para a revitalização daquela Região. Precisamos contar com a iniciativa privada: com a iniciativa privada dos empresários que estão ali na região e que desejam revitalizar aquela área toda.

Queremos ressaltar também que Porto Alegre se prepara para sediar a Copa do Mundo, e o 4º Distrito será o corredor da Copa. E aí queremos fazer uma reflexão em conjunto: o que vamos mostrar aos turistas, aos jornalistas, aos visitantes do mundo todo que utilizarão aquele corredor?

Queremos mostrar ruínas? Queremos mostrar escombros? Queremos mostrar a entrada da Cidade feia e degradada? Ou queremos mostrar que temos, sim, a capacidade de juntar o passado com o futuro e ter um presente de vida digna daquela população?

Nós temos a perfeita convicção de que é possível juntar tradição e inovação, preservando, sim, aquilo que for realmente de interesse histórico e que represente efetivamente a cultura de Porto Alegre. Temos a convicção de que podemos mesclar essas duas coisas, e mostrarmos para o mundo, mais uma vez, que somos referência na inovação, transformando as realidades em coisas que são úteis para toda a comunidade.

É impressionante ver o que verificamos, quando nós andamos pela rua, conversamos com as pessoas e, durante a realização dessa pesquisa e dessa filmagem, conversamos com muitos proprietários, com muitos inquilinos que se mostraram surpresos ao verem os seus imóveis relacionados, os seus endereços apontados nessa listagem. Eles não foram informados, eles sequer sabiam que seus imóveis ali constavam. E quando um imóvel está listado - bem sabem as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores - nada é possível fazer neles, qualquer tipo de benfeitoria. Quando um imóvel está tombado, sim, há todo um regramento especial para que ele se mantenha; mas quando apenas é listado, nada há o que fazer.

E o que sobra? Sobram construções que viram ruínas. Nós temos alguns exemplos de empresários que compraram os imóveis, colocaram guardas, colocaram cães e até os seus cães foram roubados! Até os seus cães foram roubados dos prédios que deveriam guarnecer. Para não falarmos na insegurança que gera um prédio abandonado, que sofre invasão, que é utilizado como depósito para gangues de traficantes da nossa Região, e a insegurança que isso gera.

Nós queremos, sim, voltar a ter no 4º Distrito a ocupação de moradores, ter serviços e comércio vivos, ativos, dinâmicos, como já tivemos no passado. Isto, sim, é preservar; isto, sim, é resgatar a história e a cultura da nossa Região. O 4º Distrito teve carnaval, o 4º Distrito teve uma área comercial e de serviços pujante. Eu sempre costumo dizer que o nosso 4º Distrito era a nossa Av. Azenha de hoje. E o que temos lá? Nada! Queremos voltar a ter um comércio pujante, queremos voltar a ter um serviço desenvolvedor, queremos a comunidade com a sua auto-estima elevada, percebendo que as coisas estão acontecendo naquela região, não apenas com dinheiro público, através de obras do Poder Municipal, mas também com investimento privado, do capital privado que é muito bem-vindo na nossa região, evidentemente que com as contrapartidas colocadas e avaliadas em cada situação.

É nesse sentido que viemos aqui na presença das senhoras e dos senhores Vereadores, solicitar que esta Casa, no âmbito da Comissão do Plano Diretor, revise a listagem do cadastramento dos imóveis considerados de interesse histórico cultural, prioritariamente na Região do 4º Distrito, que há tanto tempo precisa de algum apoio, de algum incentivo.

Solicitamos que sejam convocados os técnicos para que nos expliquem quais foram os critérios utilizados para que esses imóveis todos - 1.800 imóveis - fossem categorizados como de interesse histórico cultural. Olhando o vídeo, V. Exas têm a possibilidade de também questionar e de terem dúvidas, assim como nós, assim como a comunidade do 4º Distrito também tem dúvidas. Basta olhar, basta passear pelo São Geraldo, pelo Humaitá, pelo Navegantes e perceber isso. Meu Deus, mas que critério foi esse utilizado para que esse imóvel fosse colocado como de interesse histórico cultural? A comunidade não se identifica; então, será que verdadeiramente ele tem algum interesse histórico e cultural? É lógico que, se eu particularizar, a casa onde nasci tem um interesse histórico e cultural para mim; mas, e para a Cidade, para a comunidade? Nós devemos ter uma visão ampla, olhar o todo e perceber se o que estamos desejando, se o que estamos efetivamente realizando é concordante com o imaginário, com os desejos da comunidade. É nesse sentido, senhores, que estamos aqui para solicitar o apoio da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, para que no âmbito da Comissão do Plano Diretor fosse revista essa listagem, para que nós possamos voltar a desenvolver o 4º Distrito e, finalmente - comunidade, iniciativa privada, Câmara de Vereadores, Prefeitura, todos juntos - possamos, efetivamente, revitalizar o nosso querido 4º Distrito. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu acabo de ouvir o Presidente da Associação Benjamin Constant, Sílvio Belbute, que fez uma manifestação acalorada, emocionada, mas extremamente responsável a respeito de uma situação concreta que o antigo bairro-cidade de Porto Alegre está vivendo. Eu quero enfaticamente colocar que a minha primeira residência, em Porto Alegre, foi na Av. Benjamin Constant, nº 878, em frente à Av. Maranhão, do lado de onde passavam os bondes, e sei bem do que se está falando. V. Exª inclusive mexe nas minhas reminiscências, quando se lembra do carnaval da Av. Eduardo, dos bailes do Gondoleiros; do Renner, campeão de 54; do bairro-cidade, há mais de 50 anos passados, e hoje, absolutamente estagnado. E esta Cidade tem a responsabilidade de reverter este quadro. O Bairro tem um grande representante aqui na Casa, o Ver. Mauro Zacher, que tem, de forma constante, batido neste fato, e terá de nós a solidariedade. Nós - eu, ele e mais três Relatores do Plano Diretor - teremos que ficar atentos a esta realidade. O Presidente da Comissão, o Ver. João Antonio Dib, certamente irá se manifestar hoje, comprometendo a Comissão, a sua Bancada, o seu nome, o seu prestígio, como nós comprometemos o nosso nome, o nosso prestígio, solidários a V. Sª e àqueles que me acompanham no dia de hoje, porque é preciso revitalizar, e, mais do que revitalizar, recuperar, restaurar o nosso bairro-cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nosso convidado especial, com muita honra, solicitei esse direito que nós Vereadores temos para que o nosso grande Líder lá da comunidade, da Associação Benjamin Constant, pudesse vir aqui e mostrar a nossa luta, dentre tantas que nós temos travado, lá no 4º Distrito. Queria saudar também - e vejo muitas pessoas importantes lá do nosso Bairro, vejo aqui o Aldo, a Zilda, o pessoal da Igreja São Geraldo, a Nora, o Telmo, o Heitor - pessoas que fazem do 4º Distrito ainda um espaço com muita esperança e expectativa de que possamos devolver àquela Região, como o Ver. Reginaldo Pujol falou aqui, o nosso bairro-cidade. Mas é importante lembrarmos aos Vereadores, à comunidade que nos acompanha aqui, que nós estamos falando de uma região que foi o berço da industrialização da Cidade, que realmente nós temos muitas áreas que fazem parte da construção desta Cidade, sem dúvida, e isso nós reconhecemos, Sílvio, que essas são áreas realmente diferenciadas.

Agora, há algumas questões que nós, já há muito tempo, estamos aqui desta tribuna falando, cobrando, para que nós possamos trabalhar o déficit criado pelo Prefeito da época, João Verle, que, de maneira nada transparente, de forma autoritária, e com conceitos e critérios completamente desconhecidos por nós, pois foi listada uma série de imóveis naquela Região, e que não só as pessoas não sabem disso, como hoje aqueles imóveis estão abandonados e não podem atrair novos investimentos.

Se realmente aqueles imóveis tiverem valor cultural, terão o apoio deste Vereador. Mas, acima de tudo, que esses imóveis possam se transformar em um pólo de desenvolvimento; que possam ser transformados em áreas especiais, revitalizadas, trazendo novos investimentos, e fazendo com que o 4º Distrito seja não o que já foi, mas se transforme numa região bastante estratégica, com potencial comercial na área de serviços e também residencial, o que tem sido a nossa luta, Sílvio.

Então, que o 4º Distrito não perca a oportunidade com os investimentos que serão feitos para a Copa do Mundo. Falou muito bem o Sílvio, nós estamos na rota, no eixo entre a Arena e o Beira-Rio. O 4º Distrito, há muito tempo, pede recursos públicos, e nós sabemos das dificuldades e das prioridades da Cidade, e que é difícil levar recursos àquela Região. Mas nós podemos atrair novos investimentos, nós podemos trazer empreendimentos que tragam, de novo, a vida para aquela região. Este Vereador, que ainda preside a mais antiga associação de moradores da Cidade, a Associação dos Moradores e Amigos do 4º Distrito, continua Vereador, continua trabalhando fortemente com o Sílvio, com o Dalnei, com o Tomás, com o Pujol, presidente da Associação lá do 4º Distrito - que não é o Vereador -; nós estamos fazendo um trabalho em equipe, em conjunto, porque sabemos que aquela Região é estratégica, é próxima ao Centro e já abasteceu a Região Metropolitana, e que, por isso, merece uma atenção especial.

Sobre essas Áreas de Interesse Cultural, muitos dos prédios lá listados nós queremos que sejam preservados, mas nós queremos, também, que os proprietários tenham a oportunidade de saber, realmente, o valor cultural do seu imóvel, e que, se tombado, quais serão os seus benefícios.

Eu queria aqui também saudar o Ver. Ervino Besson, meu colega de Bancada, que também demonstrou total apoio à luta do 4º Distrito, para que tenha voz e tenha o retorno desta Casa, que, com certeza, será sensível à luta dos muitos empresários, muitos moradores, que querem naquela Região, de novo, o 4º Distrito que já foi. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; meu caro Sílvio, Presidente da Associação; moradores e comerciantes do 4º Distrito, em primeiro lugar, nós estamos num momento privilegiado, que é a revisão do Plano Diretor, e a Bancada do Partido dos Trabalhadores, que aqui represento, constatou, está levantando e cobrando da municipalidade elementos claros e precisos sobre as políticas de desenvolvimento econômico dentro do Plano Diretor. É uma falha que nós, da Bancada do PT, constatamos no Plano Diretor. Nós queremos dialogar com V. Exas essa questão que é muito importante: a revitalização, como já foi feita em outras cidades do País, como recentemente foi feita na Mooca, em São Paulo.

Eu gostaria que os senhores e as senhoras atentassem para a Lei Complementar nº 601, que dispõe sobre o inventário do patrimônio cultural; essa Lei tem que ser regulamentada. Portanto, nós podíamos visitar o Sr. Prefeito Municipal e pedir a sua regulamentação, para que aquelas casas, aquelas edificações que efetivamente forem arroladas como patrimônio pudessem ter as contrapartidas que estão colocadas aqui no inventário do patrimônio, que é a troca, por exemplo, por índices, que é muito importante para o empreendedor, principalmente para o pessoal da construção civil. Nós podemos, sim, construir um modelo se nós fizermos uma Operação Consorciada, como estamos começando a discutir agora sobre a questão da Lomba do Pinheiro.

Portanto, há instrumentos legais para resolver absolutamente todas as questões, trazer o desenvolvimento com sustentabilidade cultural, patrimonial, ambiental, social e econômico.

Eu falei pela Bancada do Partido dos Trabalhadores. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; Sr. Sílvio, Presidente da Associação Benjamin Constant; senhoras e senhores aqui presentes, eu até anotei, porque no 4º Distrito eu morei na Av. Presidente Roosevelt, na Av. Cairú, na Av. Berlim, na Rua Olinda, na Paraná, na Marquês do Alegrete, fui meio nômade aqui em Porto Alegre, mas quero dizer que tenho um carinho todo especial pela Região e conheço com boa profundidade seus problemas. Lembro-me, quando eu era Diretor-Geral do DEP - eu estava investido nessas condições -, que se discutia a revitalização do 4º Distrito; nunca me cansei de dizer que não se revitalizaria o 4º Distrito debaixo d’água.

E foi a partir daí que lutei bastante para conseguir recursos; licitamos a obra da Goethe e ainda existem outras obras de drenagem na Região. Assim como os Vereadores que aqui já se manifestaram, contem com a nossa participação, com o nosso apoio, até porque é uma área em que eu, que vim lá do interior de Arvorezinha, do interior do Estado do Rio Grande do Sul, quando cheguei em Porto Alegre, ali vivi por muitos anos. Contem com a gente! Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meu caro Presidente Belbute, meus senhores e minhas senhoras, nem tanto ao mar, nem tanto à terra! No que nos foi mostrado, quase nada poderia ser pensado como de interesse cultural. Quero dizer que a Presidente do Compahc esteve aqui no ano passado numa reunião... Toda a Cidade Baixa tem a mesma condição do 4º Distrito, e acho que isso não pode ser assim.

Acho que seria interessante que a comunidade comparecesse nas reuniões do Fórum de Entidades, nas quartas-feiras, às 19 horas, quando se apresentam os problemas ao Plano Diretor para que sejam examinados, e nós vamos considerar. Nós não temos a listagem, mas que há um exagero, não temos dúvida nenhuma! E realmente o 4º Distrito está esquecido; ele foi, como disse o Ver. Pujol, um bairro-cidade. Há 30 anos estivemos lá com o Prefeito Villela, lançando o Projeto Padroeiro lá do Gondoleiros, e nada de bom depois disso aconteceu, e mesmo o próprio projeto apenas tirou o trânsito pesado do 4º Distrito.

Portanto, conte com nosso apoio. Realmente, precisamos até fazer uma reunião especial nas nossas quintas-feiras para esclarecer melhor a Relatoria que trata da área ambiental e cultural; conte conosco. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar a presença da Presidenta do Sindicato dos Municipários, Srª Carmem Padilha, junto com sua Diretoria. Tão logo a Tribuna popular seja encerrada, eu recebo V. Sª com sua Diretoria lá na Presidência. Muito obrigado pelas presenças.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Sebastião Melo. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentar também todas as outras pessoas que fazem parte da história do 4º Distrito. Não podemos esquecer que quando chegamos em Porto Alegre o ponto da Cidade que nos acolheu foi o 4º Distrito. Ali está a história da ligação de outros Municípios com Porto Alegre.

Eu tinha informações, meu caro Sílvio, que havia novecentos e poucos prédios listados para tombamento. Agora V. Sª coloca 1.800 prédios; é demais! Eu acho que os Vereadores estão cientes, e penso que esta Tribuna Popular foi uma grande conquista para a população de Porto Alegre, e V. Sª traz a esta Casa esses dados que serão de grande importância, sem dúvida nenhuma. Nós estamos aqui junto com a comunidade, o Ver. Mauro Zacher tem uma representação muito forte naquela comunidade e, sem dúvida, tenham a certeza de que nós, juntamente com vocês, com os empresários e com a comunidade, estamos juntos para resolver esse problema, porque o 4º Distrito tem uma história muito bonita em Porto Alegre, e não podemos manchar e matar essa história. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Sebastião Melo. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu amigo Sílvio Belbute, não poderia deixar de vir a este microfone para cumprimentá-lo pelo teu trabalho, pela tua liderança; cumprimentar o Ver. Mauro Zacher, Presidente da Associação dos Moradores; cumprimentar o pessoal do 4º Distrito que está aí, e dizer que esta é a luta que tem que ser feita: a luta que é protagonizada pelos moradores, pelos empreendedores do Bairro. Assim, tenho a certeza e a convicção de que o Bairro pode alcançar os seus objetivos, tornando-se, de novo, o bairro dos sonhos daqueles que moram lá, daqueles que empreendem lá, e mais do que isso: de todos os porto-alegrenses que têm saudades de que o 4º Distrito volte a ser o que era.

Eu, quando era menino, muito fui ao 4º Distrito, na Rua Guido Mondin, visitar a minha bisavó paterna, que lá morava; e muito também fui ao carnaval, que se dava na Av. Eduardo, carregado por um tio meu que morava na Av. Farrapos esquina com Rua Álvaro Chaves. A melhor lembrança que eu tenho do 4º Distrito é que ele era um bairro que misturava comércio, serviços, grandes transportadoras, alguma indústria pequena e residências. Esse é o segredo que nos ensina o passado, e que nos anuncia o futuro, de que a ocupação mista urbana é o melhor caminho para se ter desenvolvimento, segurança e tranquilidade. Porque se não tem movimento nas ruas e nas calçadas, a tendência é que o bairro se degrade. Parabéns pela luta de vocês, e contem conosco.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu quero cumprimentar V. Exª e todos os nossos amigos do 4º Distrito, e dizer que, desde o ano passado, nós temos uma Emenda que apresentamos, então, na Revisão do Plano Diretor, exatamente para não prejudicar mais as pessoas que têm os seus imóveis constantes nessa lista, e que ficam extremamente prejudicados, porque eles não têm nem os benefícios daquelas pessoas que têm os seus imóveis tombados, e ficam numa espécie de limbo. Então, o que nós queremos é que a Prefeitura tenha um prazo para colocar esses imóveis na lista e um prazo para retirá-los da lista. O que não pode é esses imóveis ficarem de forma indefinida na lista, prejudicando, às vezes, toda uma comunidade, como é o caso aqui do 4º Distrito. Imóveis que, na verdade, jamais serão tombados, mas que ficam lá na lista, esperando não sei até quando.

Então, com toda a certeza, essa luta de vocês é uma luta também de toda a nossa Câmara de Vereadores. Como o caso desses imóveis lá listados no 4º Distrito, também há na Rua Voluntários da Pátria uns casos absurdos que estão lá listados e que nós precisamos, de todas as formas, resolver com brevidade. Neste ano, Sr. Presidente, temos que resolver o problema dos imóveis listados, porque nós não podemos deixar a Cidade da forma como está. Meus cumprimentos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, caro Sílvio, Mauro, toda a comunidade do 4º Distrito; vocês trazem para nós uma pauta que não é apenas do 4º Distrito, mas, com certeza, nos estimula e vai nos ajudar por demais, porque toda a Cidade está enfrentando essa temática. E nada melhor do que este momento, quando estamos prestes a fazer a Revisão do Plano Diretor. Então, seja bem-vindo! Isso nos alenta, porque não fica apenas uma parte de uma instituição, mas toda a sociedade organizada, e o movimento social, com certeza, com muita organização, com critérios, com qualidade, vai conseguir chegar a um bom termo para o 4º Distrito e para toda a nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Presidente Melo, Presidente Sílvio, é com muita satisfação que eu venho falar do 4º Distrito, onde atuo há 25 anos como médico comunitário. Ainda atuo na Av. Presidente Roosevelt, e me lembro, com muito carinho, da figura do Dr. Júlio Olsewski com quem trabalhei durante muitos anos, e que todo o mundo deve conhecer, que praticamente criou o 4º Distrito junto com o pessoal. Eu fico muito feliz, porque, como Vereador, agora, tenho a possibilidade de ajudar aquela Região. Estamos trabalhando forte, para que, já no segundo semestre, comecem as obras do DEP que envolvem as ruas São Pedro e a Buarque de Macedo, que é uma coisa que vai revolucionar aquela Região.

Eu lembro, como médico, atuando, por exemplo, na Vila Areia, quando saía com o meu carro, com alguma gestante, no meio da água, para ir para o Hospital Santo Antônio. Então, a gente sabe o que é a realidade, o que é a realidade social. Já fui morador lá daquele prédio do Banrisul por vários anos. Enfim, eu sou parceiro; estamos na luta pelo 4º Distrito.

Saúdo todas as lideranças aqui presentes, e podem ter certeza de que nós vamos fazer uma grande corrente - fazemos parte da Comissão do Plano Diretor também -, para que possamos dar uma revitalização ao 4º Distrito, para que aquele povo - no qual nós nos incluímos - que tanto merece, tanto quer e vai alcançar isso, com certeza. Com a força de todos nós, vamos juntos, e chegaremos a um 4º Distrito muito melhor. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu quero, mais uma vez, agradecer ao Sílvio pela presença, e, por extensão, a da comunidade que aqui se faz presente. Na verdade, quero ratificar o que todas as Bancadas aqui colocaram, Sílvio. O Plano de 1999 identificou trinta e poucas áreas chamadas de Interesse Cultural. Depois, um trabalho feito por uma competente faculdade, que é a UniRitter, identificou oitenta e poucas Áreas de Interesse Cultural - estou falando isso porque essa matéria está dentro do guarda-chuva do tombamento. E agora a Casa revisa a Lei, já deveria ter revisado há tempo, mas, faça-se justiça, a Revisão só chegou a esta Casa em 2007, e nós chegamos à conclusão de que, por se tratar de um ano eleitoral, não era oportuno revisar o Plano Diretor como um todo, no qual está essa matéria. Esse capítulo tem uma dedicação especialíssima, por quê? Vou dar um outro exemplo para adendar esse que V. Sª traz aqui: na década de 50, o Presidente Getúlio autorizou a construção do IAPI, que é um bairro muito aprazível; ele está dentro de uma Área de Interesse Cultural, porém 90% das casas do IAPI foram reformadas sem nenhuma autorização, ou seja, foram feitas modificações sem passar pelo Epahc. Ninguém sofreu nenhuma penalidade, mas quem quer fazer regularmente não pode fazer as suas ampliações. Então, esse é um outro exemplo dentre vários que estão aí às nossas vistas e que precisam ser enfrentados. Eu posso dizer, com toda a certeza, que nós nos somaremos a isso - sob a liderança do Plano Diretor, que vamos votar neste ano com toda a certeza, podemos garantir aos senhores e às senhoras -, e fica aí uma sugestão: acho que, imediatamente, além da Tribuna Popular, o senhor pode falar com o Presidente da Comissão, junto com os Relatores, e marcar uma audiência especialmente sobre isso, porque acho que é uma matéria relevante e, com certeza, de interesse de todos os Vereadores.

Então, queria agradecer a sua presença, e a presença da sua comunidade.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu gostaria de entregar a cópia da lei votada no ano passado nesta Casa, que regulamentou o inventário dos bens culturais, e que hoje permite ao Executivo estender a possibilidade, aos proprietários, da venda do índice construtivo para reformar, para a manutenção das casas, e também estabelece prazo de notificação ao proprietário, e prazo para o proprietário questionar essa indicação como inventário. Então, é um instrumento para a comunidade estudar, sentar com o Governo. A Verª Margarete Moraes e eu nos dispomos a ajudar; acho que aqui temos um instrumento para preservar, e também temos o direito do proprietário preservado no processo. Quem sabe, a partir da Lei, que é nova, vocês retomam uma conversa com o Governo sobre todo o inventário realizado no Bairro.

 

(Procede-se à entrega do documento.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Dou por encerrada a nossa Tribuna Popular. Com certeza o assunto terá seguimento nesta Casa. Muito obrigado pelas presenças dos senhores, extensivo a todos aqueles que não puderam comparecer e aos que, com certeza, fizeram com que uma boa representação se fizesse presente nesta Casa.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h45min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 14h46min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra em Grande Expediente, por transposição de tempo com o Ver. Nilo Santos.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos que nos assistem pela TVCâmara, que nos escutam através da Rádio, todos os presentes no plenário; eu gostaria de relembrar alguns fatos acontecidos há exatamente 22 anos, quando da ocupação do Conjunto Residencial Rubem Berta, chamado por todos de Cohab. No dia 21 de abril de 1987, 3.712 famílias chamaram para si a responsabilidade de ocupar 3.712 apartamentos que estavam abandonados, construídos com dinheiro público, com dinheiro do trabalhador, e o mato tomando conta. E lá estão morando hoje, porque foi uma ocupação vitoriosa no Rio Grande do Sul - uma das maiores ocupações, se não a maior. De lá para cá, esse povo trabalhador, essas famílias vêm lutando com muito sacrifício para recuperar, revitalizar e reformar aquele conjunto habitacional. Havia apartamentos que não tinham banheiro, blocos que não tinham escada, blocos que não tinham janelas, áreas de condomínio totalmente irregulares, pois a obra não tinha sido terminada, e o povo de lá vem trabalhando. Passados 22 anos, aquele Bairro hoje conta com oito linhas de ônibus, conta com dois colégios - um municipal e um estadual -, conta com uma Unidade de Saúde, conta com um posto de polícia construído principalmente pela própria comunidade; há seis creches que cuidam de mais de mil crianças. O povo revitalizou, reformou seus apartamentos, e vem fazendo isso. Há cinco anos, quase seis, foi lançado lá o Projeto Mudando a Cara, que tem por objetivo ser solidário, trabalhar na revitalização do conjunto numa ação de governança. Hoje já existem, através desse Projeto, quase 150 blocos pintados, revitalizados, o que faz bem para a população, elevando a sua auto-estima, valorizando o Bairro, valorizando os imóveis, e lutando dessa forma, está fazendo a sua parte. Com 20 reais, todos os moradores, hoje, podem pintar seus blocos numa parceria feita pela associação de moradores. Diversas conquistas vêm sendo feitas naquele conjunto habitacional. A primeira conquista foi o Projeto Mudando a Cara, a conquista do posto de polícia, a conquista do posto de saúde, da Unidade de Saúde, a conquista de dois colégios, a conquista de seis creches. É uma associação de moradores que hoje oferece cursos e já formou mais de 800 pessoas, capacitou na informática; uma associação de moradores que hoje existe, que cuida, que administra mais de 150 blocos. Temos também a rádio comunitária, uma grande conquista, após dez anos dessa associação de moradores.

Por isso, hoje, e eu quero aqui chamar a atenção da Bancada do Partido Trabalhista, o PTB, para fazer um agradecimento muito especial. Há dez anos se começou uma luta no Rubem Berta pela concessão de uma rádio comunitária para que se pudesse levar informação para as pessoas, entretenimento, para fazer campanhas, organizar a comunidade, e se conseguiu uma concessão provisória por um ano. Após este um ano, por iniciativa própria, com muita luta, com muita garra, e por um trabalho que vinha sendo desenvolvido pelo Senador Sérgio Zambiasi, pois esse sempre foi o seu potencial, foi assinada a concessão em definitivo da Rádio Comunitária do Bairro Rubem Berta. Pode não parecer muito, mas para nós é tudo, porque com esse instrumento de comunicação entre a comunidade, com que se poderá levar informação, nós ficamos muito felizes. Por isso eu gostaria que a Bancada do PTB transmitisse o agradecimento dessas mais de 35 mil famílias pela concessão em definitivo. Então, nós gostaríamos de mandar um abraço ao Senador Sérgio Zambiasi e transmitir a ele, e ao PTB, em especial, o nosso agradecimento; a nossa comunidade saberá valorizar o gesto do Senador Sérgio Zambiasi.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Ruben Berta, eu o cumprimento pela manifestação. Lembrando e acompanhando o histórico daquela “cidade”, porque lá há praticamente cinco mil apartamentos, mais de dois mil habitantes das áreas que antes eram reservados aos espaços públicos. Eu acompanhei de perto o grupo de trabalho que o Prefeito Tarso Genro montou, grupo esse que promoveu a regularização e a escrituração dos blocos. E nós, em parceria, realizamos um trabalho que ajudou muito, de forma eficaz, a comunidade em termos de autonomia, independência e emancipação, combatendo inclusive a violência através da regularização dos apartamentos dos blocos do Rubem Berta. Então, eu o cumprimento pelo aparte, lembrando também desse episódio em que trabalhamos em conjunto.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: É verdade, nobre Ver. Todeschini. Também quero deixar isso registrado aqui, pois eu reconheço e confirmo que é verdade o que aconteceu na Administração do Partido dos Trabalhadores quando na Prefeitura. Nós conseguimos que vários núcleos fossem asfaltados, várias demandas foram atendidas, e nós ficamos agradecidos por isso. Nós reconhecemos todos aqueles que trabalham pela comunidade, independentemente de ideologia partidária, porque nós trabalhamos pela comunidade. Agradecemos também ao Partido dos Trabalhadores na época em que administrou Porto Alegre.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Paulinho Ruben Berta, foi boa a iniciativa do Prefeito Tarso Fernando Genro de fazer a desapropriação, a compra daquela área, mas só que foi pelo dobro do preço, é bom que se esclareça. Valia 0,6 o metro quadrado, de acordo com uma Comissão que examinou, e ele comprou por 1,2 o metro quadrado.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Tudo bem. Eu gostaria também de dizer que nós hoje temos uma estrutura montada no Conjunto Residencial Rubem Berta, e a mais nova é essa da rádio comunitária. Mas também quero salientar outras coisas que foram feitas, inclusive com a iniciativa privada: restaurante-escola, curso de informática em parceria com a Dell, administradora comunitária, rádio comunitária, o SASE, em parceria com o banco de alimentos da FIERGS, em que se montou um núcleo de hortifrutigranjeiros, em que atende a mais de 150 famílias semanalmente.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Ruben Berta, só para fazer um reparo na fala do Ver. João Antonio Dib, porque a Prefeitura regularizou o Conjunto Rubem Berta, mas não houve aquisição, por parte do Município, daquela área. Aquilo foi adquirido diretamente pelos moradores; os interessados da Cohab. Portanto, o Ver. João Antonio Dib está equivocado desta vez.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Eu gostaria de dizer que a regularização fundiária foi conquistada não pelo Partido de Trabalhadores e nem por outro Partido; foi conquistada com muita luta da comunidade, que se reuniu, pegou ônibus, lotou ônibus, foi para frente das Secretarias, lutou muito. Existiu a boa vontade de alguns Partidos, de algumas Secretarias? Existiu! Agora, eu acho que isso, levando em consideração, é um pouco de passado, nós queremos é o futuro de Porto Alegre, o futuro do Rubem Berta, pensando nas pessoas que lá estão.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero dizer que realmente eu reconheço a luta da coletividade para que aquilo se regularizasse, mas eu não tenho nenhuma dúvida de que valia 0,6 CUB o metro quadrado, e o Prefeito pagou 27 milhões de reais, ou seja, 1,2 CUB o metro quadrado. Não tenho nenhuma dúvida; não há erro nisso.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Eu quero agradecer a manifestação dos nobres Vereadores, mas eu peço desculpas e peço licença, porque hoje, aqui, estou buscando resgatar um pouco da história da minha comunidade, de uma comunidade de Porto Alegre que precisa muito que essa energia toda se volte agora para que nós possamos revitalizar o Conjunto Residencial Rubem Berta, que é uma cidade dentro de outra. É uma cidade dentro de Porto Alegre, é uma cidade com mais de 35 mil moradores que precisa principalmente do apoio de todos os nobres Vereadores, de todos os Secretários, do Governo do Estado, do Governo Federal, do Governo do Município, independente da sigla que lá estiver. É o povo que precisa. Nós estamos trabalhando para isso.

Quero dizer para vocês que, apesar de todas as conquistas do Rubem Berta, nós ainda não conseguimos tirar o nome lá de cima na classificação de “bairro mais violento de Porto Alegre e o que mais consome tóxicos nessa parte da Cidade”. Por isso, nem tudo lá, meus amigos, são flores. Também temos percalços e precisamos mudar.

Quero deixar bem claro que a dependência química é uma doença. As pessoas que se entregam a esse vício geralmente são pessoas que estão à margem da sociedade, excluídas de programas sociais ou de políticas de assistência efetiva. São seres humanos invisíveis que não têm o esclarecimento e uma formação familiar suficientemente sólida para dizer o primeiro não. O problema está aí, não adianta abandoná-los. É preciso encontrar uma solução ampla.

Ouvi de um grande especialista na área a seguinte frase: “O índice de recuperação do crack é zero”. Vamos refletir um pouco sobre isso? Nós precisamos pensar. O índice, hoje, no que tange à recuperação de pessoas, seres humanos viciados em crack é zero! São especialistas que estão dizendo isso. Também ouvi de pessoas que o crack se espalha mais facilmente, porque ele é barato. Então, vamos recapitular entre nós: o que é barato? Os cinco reais que compram a pedra? Será que esses cinco reais não se transformam no roubo da televisão dentro de casa? Esses cinco reais não se transformam na falta do liquidificador ou de outros eletrodomésticos dentro de casa? Esses cinco reais não se transformam na mensalidade para pagar uma clínica de recuperação? Esses cinco reais pagam o sofrimento de uma mãe que tem que acorrentar, muitas vezes, o filho no pé da cama? Cinco reais é barato? Mas que cinco reais baratos são esses? Agora a pergunta é - e eu gostaria que todos refletissem - nós temos que nos preocupar com os que estão viciados? Sim! Temos que buscar a recuperação? Sim! Temos que trabalhar para isso, sim! Mas, por favor, peço a compreensão de todos para que tenhamos muito claramente a compreensão de que, primeiro, precisamos cortar o mal pela raiz. Nós precisamos preservar aqueles que ainda não entraram nesse mundo, que ainda não estão consumindo a droga, que ainda não são viciados, que ainda precisam do nosso apoio. Com isso eu não quero dizer que temos que abandonar o viciado, jogá-lo à sua própria sorte, que é quase o que está acontecendo. Dessa forma, me surpreendeu, na semana passada, quando fiquei sabendo de um Projeto... Mais uma vez quero parabenizar aqui a Bancada do PTB, pela iniciativa por intermédio do Secretário Eliseu Santos. Gostaria de falar do Projeto do Secretário da Saúde, Eliseu Santos, que está negociando, junto à 2ª Vara de Falências e Concordatas de Porto Alegre, a utilização do prédio onde funcionava o Hospital Maia Filho como um centro de referência para o tratamento de dependentes químicos, principalmente dos viciados em crack. De acordo com os planos do Secretário, serão instalados cerca de cem leitos para o tratamento de desintoxicação e tratamento psiquiátrico, o que não contempla toda a demanda de dependentes, mas já é um bom começo. A sociedade não pode simplesmente desistir de recuperar os dependentes, tentar esconder a realidade debaixo do tapete, como vem sendo feito. É uma realidade triste, pois os viciados que vemos na rua, por incrível que pareça, ainda são seres humanos. A gente não pode simplesmente se acostumar com mães desesperadas que acorrentam seus filhos em casa; não podemos nos acostumar com jovens roubando cidadãos de bem para fumar uma pedra, o que, infelizmente, não é novidade para ninguém. Agora no mês de março, a Brigada Militar prendeu um policial com duas pedras de crack na Vila dos Papeleiros. Isso é um sintoma de que estamos perdendo esta luta, de que essa epidemia, essa praga, está tomando, sistematicamente, todos os setores da sociedade. Precisamos de mais ações como esta que vai se realizar no prédio do Hospital Maia Filho para mostrar que não vamos ficar inertes assistindo aos nossos filhos se perderem no caminho das drogas.

Parabéns ao Secretário Eliseu Santos! Parabéns ao PTB! Parabéns a todos aqueles que, de uma forma ou outra, combatem esse mundo terrível que leva à tristeza, à degradação e à perda da vida humana na nossa sociedade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Paulinho Ruben Berta.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nesta tarde; eu quero agradecer as palavras carinhosas do Ver. Paulinho Ruben Berta, e dizer ao Vereador que a questão abordada por ele deve ser uma preocupação de todos os porto-alegrenses, porque o crack realmente vem destruindo famílias todos os dias. E, quanto a serviços prestados pelo Senador Sérgio Zambiasi, esta é uma das marcas desse Senador. É um homem que não perde a sua simplicidade, ele não esquece daqueles que moram nas vilas e, com certeza, ele procurou agilizar o processo com todo o empenho, porque isso é típico dele. Então, obrigado, Ver. Paulinho Ruben Berta, pela referência feita aqui.

Eu quero também, neste Grande Expediente, hoje, seguir abordando um tema que eu tenho trazido aqui sempre que tenho oportunidade, que é, praticamente, na mesma linha do tema que o Ver. Paulinho Ruben Berta referiu, sobre a situação dos moradores de rua e dos pedintes nas sinaleiras. Eu recebi hoje um relatório sobre o andamento de um Projeto que eu tenho nesta Casa que está tramitando nas Comissões, que recebeu um parecer do Ver. Waldir Canal na CUTHAB; Porto Alegre se prepara para sediar alguns jogos da Copa do Mundo em 2014.

Estamos discutindo o metrô, o que é muito importante; estamos discutindo melhorias nesta Cidade para que a Copa do Mundo possa vir para cá. Eu quero aqui fazer um alerta, porque para que a Copa do Mundo possa ser realizada em Porto Alegre, precisamos tratar de outro tema: moradores de ruas e pedintes nas sinaleiras. Eu quero trazer novamente aqui a ação que foi promovida na cidade de Uberlândia, uma ação conjunta entre Ministério Público, Prefeitura, Polícia Militar e Polícia Civil, que serve como modelo para Porto Alegre, porque precisamos, Ver. Adeli Sell, continuar discutindo o metrô, precisamos continuar discutindo todos os problemas que a Cidade tem, para podermos realizar uma boa Copa do Mundo aqui, mas não podemos deixar de fora a situação dos nossos pedintes e dos nossos moradores de rua.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero-me somar à preocupação de V. Exª principalmente neste tema, e também na questão de que muitas pessoas acham que estão fazendo um bem dando comida na rua às pessoas. Eu conversei com o Secretário Kevin Krieger, e acho que nós poderíamos começar uma campanha, inclusive aqui, apelando para que dêem comida aos moradores de ruas nas instituições filantrópicas e, principalmente, nos nossos albergues. E também que V. Exª, quem sabe, capitaneasse uma comissão que fosse conversar sobre esse tema com o Secretário de Saúde, porque muitos deles têm sofrimento psíquico e alto grau de drogadição. Talvez V. Exª pudesse fazer essa agenda, e pode me convidar, sou parceiro, porque sem um trabalho conjunto entre a Saúde e a FASC não há solução.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo, acho pertinente essa discussão, não sou daquelas pessoas que acham que têm uma varinha de condão e vão fazer qualquer milagre. Agora, nós temos uma tendência muito forte de resolvermos ou tentarmos resolver as coisas, quando estamos frente a um evento tão importante, por exemplo, como a Copa do Mundo. Se nós não equacionarmos essa questão que foi levantada aqui pelo Ver. Paulinho Ruben Berta, que é o trabalho preventivo, nós vamos estar cometendo um grave erro. Primeiro, todos nós ficamos assustados quando somos abordados, pois o medo é da natureza humana. Agora, são os medos ocasionados por nós mesmos, quando não conseguimos trabalhar em rede, porque as pessoas não querem apenas uma casa, não querem apenas a mendicância das instituições, elas querem a cidadania, elas querem também a casa, elas querem o mundo. E aqui a Verª Maria Celeste reativou a questão da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente. Acho fundamental esse tema a ser tratado com seriedade. Não estou dizendo que todos os atos não são sérios, porém acho que nós temos que casar essas questões, porque, senão, nós vamos estar apenas escondendo os nossos filhos, que são nossos frutos, e achando que o pobre é o grande ocasionador do problema da nossa sociedade.

Então, quero-me somar à iniciativa de V. Exª, Vereador, e sei que a Verª Maria Celeste tem esse trabalho, essa sensibilidade, e vamo-nos unir para que a gente possa equacionar as duas questões. Parabéns. Muito obrigada.

 

O SR. NILO SANTOS: Obrigado, Vereadora. Na realidade, só se resolve esse problema numa ação conjunta. É impossível a Prefeitura resolver sozinha esse problema, não há como: virá um Partido, outro partido, e mais outros, e o problema não se resolverá, porque o problema dos moradores de rua e dos pedintes nas sinaleiras é muito mais sério, muito mais grave e muito mais profundo do que parece ser. Senhoras e senhores, hoje nós temos um grupo de moradores de rua em Porto Alegre que não se sujeita às regras estabelecidas pelo Governo, pela sociedade, são pessoas que fazem das ruas o seu local de trabalho, o seu escritório. Nós temos pessoas - pesquisa realizada pela Prefeitura aponta isso - que vivem nas ruas que recebem em torno de três mil reais por mês. A pessoa, quando dá um pacote de bolacha para o morador de rua, não está matando a fome daquela pessoa; na realidade, aquele pacote de bolacha está sinalizando para o morador de rua que ele pode continuar ali, porque a “titia” vai continuar cuidando dele trazendo bolacha. Quando uma ONG traz sopa quentinha, no meio da madrugada, a ONG precisa saber que a Prefeitura hoje tem, sim, instrumentos para atender essas pessoas. A maioria das pessoas que está ali, na madrugada, nas ruas, não necessita do atendimento da Prefeitura; a maioria está ali, porque fica fácil distribuir drogas, fica fácil para se drogar, fica fácil para continuar cometendo os delitos que cometem, escondidos no meio daqueles necessitados.

Infelizmente, senhoras e senhores, o crime que ocorreu ali na Av. Ipiranga, em que um homem quase foi morto por moradores de rua, que moram debaixo do viaduto, esse homem foi salvo por um cidadão, por um homem que trabalha na Brigada Militar, por um brigadiano, só que esse homem foi quase morto pelos outros, por quê? Problema de distribuição de grana arrecadada na sinaleira. Eles tinham problema, porque ele roubou de alguém e não quis distribuir, não quis repartir entre os outros. Senhoras e senhores, está cheio de bandidos morando nas pontes, está cheio de bandidos batendo no vidro dos carros, está cheio de bandidos disfarçados de moradores de rua. E esse problema só se resolve quando é realizada uma ação conjunta entre o Ministério Público, a Prefeitura, a Câmara de Vereadores, as ONGs que dão atendimentos a esses moradores de rua, o Conselho Municipal, a Brigada Militar e a Polícia Civil. Chega desse discurso de dizer que problema social não se resolve com a Polícia. Só que o problema é que não temos apenas necessitados nas ruas, nós também temos malandros nas ruas.

Uma amiga minha, sexta-feira passada, foi assaltada juntamente com o seu filho adolescente; o que parecia ser um simples morador de rua, na realidade era um malandro que estava esperando a oportunidade para assaltar, para roubar.

Uberlândia nos dá o modelo, nos dá o exemplo de como devemos proceder. Devemos proceder da seguinte forma: Ministério Público tem de sentar com o Governo; o Governo tem de sentar com a Câmara de Vereadores; a Brigada Militar tem de estar nessa mesa; para resolver esse problema não tem de ter Partido político. Esqueçamos as bandeiras partidárias. Acho um absurdo e lamentável ficarmos discutindo nesta Casa problemas do metrô, problemas do Moinhos de Vento, do Bom Fim. Está na hora de discutirmos, imediatamente, como prioridade, aquilo que, muitas vezes, dizemos por aí em nossos discursos, que o maior patrimônio de uma cidade é o seu povo. Se o maior patrimônio da cidade é o seu povo, está na hora de esquecermos cores partidárias, está na hora de nos unirmos, de nos sentarmos com seriedade, Vereadores, e resolvermos esse problema, ou pelo menos tentarmos resolver esse problema, e não ficarmos nos lamentando todos os dias, porque isso tem de parar.

Alguém tem de chegar nesse cidadão, que está cometendo o crime de mendicância, que está com armas escondidas embaixo do viaduto, e saber quem é ele, onde está a sua família, Ver. Marcello Chiodo; e é isso que Uberlândia está fazendo. Eles abordam o morador de rua, querem saber quem é, de onde vem. No mesmo momento, uma Assistente Social já vai até a família desse cidadão, e lá descobre por que ele saiu de casa. Se for por problema financeiro, a Prefeitura, juntamente com o Ministério Público, já encaminha alguém da família para um emprego; é uma rede funcionando.

Em Porto Alegre isso vem crescendo: há 20 anos, tínhamos 20 crianças morando nas ruas; em 2005, já eram 637, e em 2014, quantas serão, Ver. Beto Moesch?

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª está muito entusiasmado, cheguei a pensar que não iria dar o aparte. Eu quero parabenizá-lo pela coragem de abordar um assunto tão difícil, polêmico e sensível. V. Exª tem toda a razão. A mendicância agrava o problema social, ela tira, ou deixa que essas pessoas não vão aos locais apropriados, que são as instituições públicas ou privadas, que dão o atendimento. No momento em que se dá a mendicância, essas pessoas não vão, porque estimula para que elas não precisem ir procurar esses locais. Eu queria apenas trazer aqui uma experiência que tive na SMAM, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que ilustra muito bem o que V. Exª está colocando. Nós fizemos um trabalho, a partir de 2006, de abordagem de moradores de rua em praças e orla, e tem de tudo: há pessoa doente mental, drogadito, alcoolista, pessoa que realmente precisa de atendimento. Mas o que mais me surpreendeu com os registros da Polícia Civil e da Brigada Militar: uma grande parcela de foragidos se escondem por detrás desses moradores de rua. Portanto, V. Exª tem toda a razão nesse processo; nós temos que separar e deixar de dar mendicância. Um trabalho melhor não foi feito na Praça da Matriz, porque lá, de vez em quando, pessoas saem dos carros com leite, com comida, e isso faz com que aqueles moradores jamais queiram sair ali da Praça da Matriz. Portanto, nós temos que fazer um trabalho mais científico e menos demagógico com relação aos moradores de rua. Obrigado.

 

O SR. NILO SANTOS: Agradeço por sua contribuição, por seu aparte, Vereador. E mais uma vez quero pedir o apoio de todos, pois tenho um Projeto nesta Casa, pedindo a formação de uma comissão especial para tratarmos desse tema.

Em Uberlândia - apenas para ficar registrado -, apenas 10% das pessoas que vivem nas ruas necessitam do atendimento do Governo; há um grande número de foragidos, de bandidos escondidos no meio dos moradores de rua, pessoas que não querem, muitas vezes, obedecer às regras, se escondem no meio daqueles pobres necessitados, disfarçando-se de necessitados para poderem tirar proveito e cometer as suas malandragens.

Espero para este Projeto, ao qual estou pensando solicitar o art. 81, para que tramite em regime de urgência, que possamos sentar, e, de uma vez por todas, colocar em prática uma ação que seja executada em parceria com todos aqueles que se preocupam com essa situação. Muito obrigado, senhoras e senhores. Quero aproveitar e saudar aqui o grande Líder Dr. Goulart, nosso Diretor do DEMHAB, que está conosco hoje.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ratifico o registro da presença do ex-Presidente desta Casa, hoje Diretor do DEMHAB, Dr. Goulart, que nos honra com a sua presença.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Tempo Especial, para prestar contas da viagem que fez à Cidade de Juazeiro.

 

(Apresentação de PowerPoint.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; prezados Vereadores, prezadas Vereadoras, senhoras e senhores, no último dia 18 de março, fomos - numa comitiva aqui de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, juntamente, com o Presidente Marco Arildo, da Trensurb, com a Deputada Stela Farias e mais alguns membros da Assembleia Legislativa - visitar a implantação de um dos primeiros projetos do trem brasileiro, um veículo leve sobre trilhos que está sendo implantado na Cidade de Juazeiro do Norte, também em Fortaleza e Recife.

Essa é uma fábrica genuinamente brasileira, que está sendo desenvolvida... Esse equipamento que estamos trazendo, Ver. João Antonio Dib - o senhor que está presidindo a Comissão do Plano Diretor, para fazer o debate associado com a possibilidade do metrô e com a possibilidade também de outros projetos - é um veículo automotriz que tem toda uma tecnologia desenvolvida no Brasil, com muitos componentes, é verdade, importados da Alemanha, da Espanha, da França e do Japão, mas a montagem dele é feita aqui. É o primeiro veículo leve sobre trilhos, ou seja, é o trem urbano.

Estou trazendo aqui o equipamento (Mostra PowerPoint.) para mostrar aos colegas Vereadores e, ao mesmo tempo, fazer com que a Câmara de Vereadores assuma este debate, Sr. Presidente, Sebastião Melo, para que nós possamos dinamizar o sistema do transporte público em Porto Alegre.

Este veículo é desenvolvido aqui no Brasil, como eu já falei, e tem todo um trabalho desenvolvido - ali estão alguns dos protótipos que estão sendo implantados - justamente na linha entre Juazeiro do Norte, no Ceará, e Crato, que são duas cidades que têm mais ou menos 350 mil habitantes, num conglomerado urbano numa linha de 13 quilômetros. Portanto, cada veículo desses transporta de 310 a 350 passageiros.

Neste caso ele foi desenvolvido com motor a diesel, mas pode e deve ser desenvolvido também para ser movido a eletricidade, ou seja, os trens elétricos. Obviamente que aqui em Porto Alegre é muito mais importante e interessante que possamos trazer os veículos leves sobre trilhos desenvolvidos com eletricidade. Essa tecnologia é brasileira. E o trem proporciona uma capacidade de agilidade, de rapidez e de custo. Aqui é importante salientar, hoje, que todo o nosso transporte urbano, colegas Vereadores e Vereadoras, é feito por ônibus. Os ônibus têm o desgaste do pneu, o desgaste do combustível, carregam poucos passageiros comparados com um trem, e esse veículo pode tranquilamente ser associado à tecnologia que Porto Alegre já tem que são os corredores. É uma Cidade radial, e se fizermos uma linha do Centro de Porto Alegre até Alvorada, ou até Viamão, os trens poderiam ocupar os corredores existentes, hoje, sem grandes dificuldades de planejamento urbano.

Claro que isto não é um projeto individualizado, ele tem de estar integrado aos outros modais, e poderíamos trabalhar com o metrô, projeto este que está sendo instalado, desenvolvido e estudado, associado aos ônibus, ao sistema de ônibus que já existe.

Portanto, este veículo leve sobre trilhos, cujo relato trago hoje aqui aos colegas Vereadores da nossa visita à cidade de Juazeiro do Norte, tem por objetivo claro mostrar que nós podemos inovar em Porto Alegre, oferecendo o trem urbano como solução ao sistema de transporte coletivo. A Europa toda se desenvolveu e se desenvolve com os trens urbanos que convivem com os veículos automotores individuais, que convivem com os metrôs e que convivem com toda uma dinâmica urbana. Portanto, colegas Vereadores, presto contas aqui. Este material está à disposição, e enviarei também para todos os gabinetes, como quero colocar à disposição da nossa imprensa para que possamos dar início a este debate na Cidade de Porto Alegre, com a possibilidade de nós instalarmos os veículos leves sobre trilhos, o trem urbano, para dinamizarmos a nossa capacidade de transporte público e, ao mesmo tempo, buscarmos uma solução para o trânsito que já é caótico na cidade de Porto Alegre.

Portanto, Sr. Presidente, agradeço o espaço para a prestação de contas. O documentário está disponível a todos os colegas Vereadores, aos quais entregarei um relatório. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto. As Lideranças podem ser usadas neste momento ou após a Ordem do Dia. (Pausa.) Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, após conversa com alguns Líderes - não consegui tratar com todos, mas tratei com o Ver. Valter -, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos enfrentar primeiramente o Projeto das Cooperativas, uma vez que temos bastante acordo, e já fizemos a discussão. Estamos aqui com os cooperativados desde o início da tarde e não queremos cansá-los mais. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, por solicitação desta Presidência, o Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, para que seja votado primeiramente o PLL nº 211/08. (Pausa.)

Consulto se alguém muda o voto, se alguém não votou...

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, em respeito ao pessoal que está aqui desde as 14 horas da tarde, eu vou reverter meu voto de NÃO para SIM.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu quero trocar de SIM para NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): De SIM para NÃO, Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. NILO SANTOS: Presidente, só para dizer que a nossa Bancada mantém o NÃO, porque nós havíamos combinado algo na quarta-feira, quando as famílias da Jari estiveram aqui; e vieram hoje porque ficou acordado que seria o primeiro Projeto a ser votado. Infelizmente, há um rompimento desse acordo; é lamentável! Gostaria de registrar isso.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Presidente, eu voto NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Portanto, nós temos 19 votos SIM, 11 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. APROVADA a inversão da ordem de votação no dia de hoje.

Apregoo as seguintes Emendas ao PLL nº 211/08: Emenda nº 06, de autoria do Ver. Haroldo de Souza; Emenda nº 07, de autoria do Ver. Waldir Canal; Emenda nº 08, de autoria da Verª Maria Celeste; Emenda nº 09, dos Vereadores Toni Proença e Paulinho Ruben Berta; Emenda nº 10, de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5002/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 211/08, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que inclui arts. 3º-A e 3º-B na Lei nº 5.395, de 5 de janeiro de 1984 – que proíbe a contratação de força de trabalho, em caráter permanente, através de pessoas físicas e de empresas intermediárias ou locadoras de mão-de-obra –, alterada pela Lei nº 8.319, de 10 de junho de 1999, condicionando o pagamento pela prestação de serviços de limpeza, higiene e manutenção efetuados nos próprios do Município por cooperativas de trabalho e determinando que o Executivo Municipal lhes exija equipamentos de proteção individual – EPIs – dos cooperativados. Com Emendas nos 01, 02, 03 e 04. Com Subemendas nos 01 às Emendas nos 01 e 02.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- adiada a discussão por cinco Sessões;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM;

- discutiram a matéria os Vereadores P. Ruas, A. Sell, B. Vendruscolo, J. A. Dib, D. Raul, B. Moesch, M. Zacher, J. C. Nedel, E. Besson, F. Melchionna (cedeu p/ P.Ruas), L. Braz, C. Todeschini, W. Canal, M. Chiodo (cedeu p/A.Sell), A. J. Oliboni, N. Tessaro, S. Cavedon, N. Santos e Engº Comassetto.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 211/08. (Pausa.)

Anuncio que, além das Emendas já anunciadas, outras Emendas já haviam sido apregoadas, e, para ajudar nos trabalhos, eu informo que os Srs. Vereadores Pedro Ruas, Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, João Antonio Dib, Dr. Raul, Beto Moesch, Mauro Zacher, João Carlos Nedel, Ervino Besson, Fernanda Melchionna - que cedeu seu tempo para o Ver. Pedro Ruas -, Luiz Braz, Carlos Todeschini, Waldir Canal, Marcello Chiodo - que cedeu seu tempo para o Ver. Adeli Sell -, Aldacir José Oliboni, Nelcir Tessaro, Sofia Cavedon, Nilo Santos e Engenheiro Comassetto já discutiram a matéria.

Em discussão o PLL nº 211/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Encerrada a discussão.

Temos que começar a discussão pelas Emendas.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero discutir a matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A discussão já foi encerrada, Vereador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu estou com o braço levantado aqui, e tem gente até apresentando Emenda.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A discussão já foi encerrada. (Pausa.)

Srs. Vereadores, por gentileza, solicito que os Líderes das Bancadas se aproximem da Mesa. (Pausa.)

A Presidência consultou as Bancadas sobre a discussão da matéria, e nenhum Vereador manifestou interesse em continuar a discussão. Esta Presidência encerrou a discussão. Todavia, há uma Emenda da Bancada do PTB que tem acordo de todos os Líderes para que seja incluída. Havendo o acordo, dou por reaberta a discussão para receber a Emenda nº 11, devidamente apregoada, ao PLL nº 211/08. (Pausa.)

Em votação o Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon, que solicita a dispensa do envio das Emendas nºs 06, 07, 08, 09, 10 e 11, ao PLL nº 211/08, à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h38min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 15h48min): Estão reabertos os trabalhos.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, fizemos uma boa reunião, acho que o tempo valeu para fazermos um acordo no sentido de votarmos em bloco todas as emendas apresentadas.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Quero informar a V. Exª que não participei da reunião, não conheço as Emendas e, por conseguinte, por melhor que elas sejam, votarei contra todas as Emendas, porque ninguém me informou sobre elas. Eu julguei que nos dez minutos concedidos por V. Exª fossem distribuídas cópias das Emendas, e não foram; para mim isso é uma grande novidade. Votarei contra, por antecipação, pelas razões que já coloquei.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não vou colocar em votação enquanto não houver a distribuição das Emendas aos Srs. Líderes de Bancadas. Suspendo a Sessão para que sejam distribuídas as cópias das Emendas aos Srs. Vereadores.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h49min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 15h51min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Pergunto se todos os Líderes receberam as Emendas. O Ver. Reginaldo Pujol não recebeu as Emendas. Há um Requerimento da Verª Sofia Cavedon para que as Emendas ao PLL nº 211/08 sejam votadas em bloco. Todos os Líderes estão de acordo com este Requerimento?

Quero registrar a presença nesta Casa do Diretor da Rede Cristal de TV, advogado Leudo Costa, acompanhado também da Teresinha. Vocês são sempre bem-vindos à nossa Casa.

Srs. Vereadores, em votação as Emendas de nº 01 a nº 11 ao PLL nº 211/08 e, também, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 211/08.

Ver. Reginaldo Pujol, o Projeto pode ser encaminhado, mas, por enquanto, nós estamos votando as Emendas, depois vem o Projeto, pois não há destaque das Emendas, pelo que me conste aqui...

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): É a matéria que está sendo votada. No presente momento estão sendo votadas só as Emendas. Então eu não posso encaminhar o Projeto que resultará alterado se as Emenda forem aprovadas.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Pujol, informo a V. Exª que há várias mudanças que esta Casa produziu no seu Regimento, e esta é recente. Então, portanto, quando se votam as Emendas, sempre são permitidos os encaminhamentos se houver destaque. Não havendo destaque, não cabe encaminhamento. Bom, encerrada a votação das Emendas, nós encaminharemos, então, o corpo do Projeto. Aí, V. Exª poderá encaminhar; mas neste caso aqui não há destaque das Emendas. Então, eu não tenho abrigo regimental para produzir esse encaminhamento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Não querendo discutir com a Mesa, me submeto, seja qual for a decisão; eu só quero ponderar a V. Exª que não pode ser pedido destaque de nenhuma emenda quando a Casa, por maioria ultra-absoluta, decidiu que vai ser votado em bloco. Então, qual é a Emenda que eu vou destacar, se a Casa já decidiu que todas vão ser votadas em bloco? Não há condição.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Reginaldo Pujol, ao Presidente cabe seguir a regra do Plenário. Eu coloquei em votação o Requerimento da Verª Sofia Cavedon - a que V. Exª votou contrariamente, está registrado -, unificando a votação das Emendas. Não foi este Presidente que o fez, de ofício. Agora, se tem destaque, o Presidente concede encaminhamentos a todos os Vereadores. Mas não é o caso; não há emenda destacada. Então, eu não posso ferir o Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não há como eu destacar emenda se todas serão votadas em bloco. Foi decidido, o Plenário, com sua soberania, decidiu isso.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, em socorro ao Ver. Reginaldo Pujol, o encaminhamento sempre é feito do Processo. Eu acredito que, antes de serem votadas as Emendas - muito embora, é claro, que emenda por emenda só as que forem destacadas é que podem ser encaminhadas individualmente -, como nós estamos encaminhando o Processo, nada obsta que alguém faça o encaminhamento antes da votação das Emendas, mesmo que sejam votadas em bloco, porque o encaminhamento é do Processo, não é do Projeto.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, acho que eu estou sendo, de certa forma, pouco inteligente. Há uma clara manobra para que não se votem hoje determinadas matérias, e eu estou contribuindo para que isso ocorra, mas eu quero deixar muito claro a V. Exª que eu quis encaminhar a votação dessas Emendas. Elas serão votadas sem o meu encaminhamento, e, mais tarde, então, vou pedir a palavra para encaminhar o Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Reginaldo Pujol, em nome da ampla discussão de qualquer matéria nesta Casa, como não há prejuízo se V. Exª encaminhar agora ou depois da votação das Emendas, eu vou facultar que V. Exª possa encaminhar a matéria, assim como outros Líderes poderão fazê-lo. Depois coloco em votação Emenda por Emenda, porque não vejo prejuízo nisso. O que eu estou negando é o encaminhamento das Emendas, e não do Projeto. O encaminhamento da votação do Projeto está facultado. Então, V. Exª tem cinco minutos para encaminhar a matéria, e, depois, vamos à votação das Emendas.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE (Requerimento): Presidente, as Emendas podem ser votadas todas em bloco, mas eu gostaria que, pelo menos, V. Exª pudesse lê-las, para que tenhamos clareza.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Farei isso no momento oportuno.

 O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há três minutos, ou cinco, quando muito, recebi um conjunto de onze Emendas apresentadas ao Projeto na tarde de hoje, há não mais do que vinte minutos. Este é um Projeto que se encontra na Casa desde 2008. Não foi votado no ano passado, foi objeto de desarquivamento, e recebeu, ao longo da sua tramitação, duas Emendas no ano de 2008, e as demais no ano de 2009, sendo a sua quase totalidade no dia de hoje, Ver. Toni. Eu já disse em outras ocasiões que, na dúvida, se eu não entender os Projetos que estão sendo votados na Casa e se não me for facultada essa possibilidade de entender, eu, que já tinha sobre o Projeto, Ver. Vendruscolo, profundas dúvidas, porque entendo que o mesmo é inconstitucional, e que aguardaria que as Emendas pudessem salvar essa inconstitucionalidade, não tenho possibilidade de superar essa dúvida. Então, não fazendo o jogo de alguns que não querem votar o Projeto que era o primeiro da Ordem do Dia de hoje que deveria ser votado, e para facilitar que isso ocorra, não me alongarei, não usarei todo o tempo que me é disponibilizado. E, enaltecendo o espírito democrático do Presidente da Casa, peço ao mesmo que, doravante, não numa gentileza como fez com relação à minha pessoa, mas dentro do seu compenetrado espírito de bem cumprir o Regimento, enfoque essa nova realidade que a Casa está vivendo, sem a devida cultura, de votar as Emendas depois o Projeto, contrariamente ao que era feito até a presente Legislatura, quando as Emendas só eram votadas depois do Projeto aprovado, permitindo que aí acontecessem os destaques, como ele bem assinalou, e que, provavelmente, ainda esteja escrito no Regimento e precisa ser ajustado.

Concluo: vou, com tranquilidade, com segurança, com transparência e de forma muita clara, pelas razões que já expus, hoje e anteriormente, votar contra as Emendas e votar contra o Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, eu peço a atenção, só para fins de contribuição. O que diz o nosso art. 179, Ver. Reginaldo Pujol e Ver. Luiz Braz. O art. 179 do Regimento diz (Lê.): “A votação processar-se-á na seguinte ordem: Inciso I - Substitutivo de Comissão, com ressalva das Emendas; Inciso II - Substitutivo de Vereador, com ressalva das Emendas”. Até então, é o Regimento antigo; agora, as mudanças que foram processadas no atual Regimento (Lê.): “Inciso III - Destaques do Projeto; Inciso IV - Emendas destacadas; Inciso V - Emendas em grupo; “A” - com Parecer favorável, e, “B” - com Parecer contrário; Inciso VI - Emendas com Pareceres divergentes; Inciso VII - Emendas sem Parecer; Inciso VIII - a proposição principal”. Este é o ordenamento de votação. O que nós fizemos aqui é uma interpretação de que encaminha primeiro, mas apenas destacando.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, em primeiro lugar, eu devo dizer que devemos continuar corrigindo o Regimento, porque não se concebe, Ver. Sebastião Melo, que possamos votar o Projeto principal de uma maneira, e o Substitutivo de outra. Eu, para votar o Substitutivo, Ver. Beto Moesch, voto primeiro o texto principal, depois, as Emendas. Quando se vai votar o Projeto, se os Substitutivos não forem aprovados, aí se vota primeiro as Emendas, depois, o texto principal. Ora, não tem cabimento! Eu acho que houve um esquecimento por parte de quem legislou e não corrigiu o texto por completo. Eu preciso votar as Emendas antes, tanto com relação aos Substitutivos, como com relação ao Projeto principal, senão não tem sentido! E os encaminhamentos são feitos com relação ao Processo num todo. Se nós tivermos, Ver. Toni Proença, Emendas destacadas, claro que elas - como já era feito no Regimento anterior - são encaminhadas uma a uma, e isso pode ser feito com antecedência, antes até dos encaminhamentos principais. Acho que precisamos mexer neste Regimento para que a gente possa, realmente, ter a hora da votação mais definida do que temos.

Verª Sofia Cavedon, V. Exª apresenta um Projeto extremamente necessário, o único defeito que posso colocar na sua intenção é que V. Exª deixou passar todo o período em que seu Partido esteve no Poder para fazer tal Legislação, utilizando as cooperativas em prol do seu Partido, da sua Legenda, de uma forma - eu acho - equivocada, mas sempre é tempo de corrigir. Eu acho que isso que estão apontando como defeito no seu Projeto, que é a inconstitucionalidade, na verdade, os Vereadores que estão assim agindo - vi meu amigo Pujol, que é um homem muito capacitado, muito competente, assim apontar - têm que perceber que estamos votando o seu Projeto sob a égide do art. 30 da Constituição, que diz num dos seus incisos que, quando nós estamos defendendo os interesses do Município, votando os interesses do Município, pode-se fazer quase tudo para defender os interesses do Município. Eu não estou pedindo para que as cooperativas alterem o modo de agir; estou dizendo que, se elas quiserem contratar com o Município de Porto Alegre, e receber recursos do Município de Porto Alegre, prestar serviços para o Município de Porto Alegre, elas têm que se submeter às exigências do Município de Porto Alegre, na defesa dos seus próprios interesses. É simplesmente isso! Ora, se as cooperativas não fizerem isso, não é que elas vão deixar de ser cooperativas, elas vão continuar sendo, vão poder negociar e contratar como qualquer outro ente, menos com o Município de Porto Alegre. Para contratar com o Município de Porto Alegre tem que satisfazer essas exigências. Nós não estamos mexendo, Ver. Pedro Ruas - V. Exª que é um cobra em Legislação Trabalhista -, em Legislação Trabalhista; nós estamos mexendo nos interesses do Município, dizendo que, para contratar com os Municípios, as cooperativas precisam ter esses documentos para apresentar!

O artigo 30 da Constituição, se não me engano, inciso II, é que faz essas exigências. Então, voto favoravelmente ao Projeto da Verª Sofia Cavedon, porque acho extremamente necessário, porque, muitas vezes, várias cooperativas exploram seus cooperativados, e isso não pode continuar acontecendo, pelo menos nos contratos que são feitos com o Município de Porto Alegre.

Nós temos que evitar que as pessoas que prestam serviços para as cooperativas sejam exploradas. Temos que tentar, de todas as formas, Ver. Mauro Zacher, proteger essas pessoas.

Por isso, acho que vem em boa hora o Projeto da Verª Sofia Cavedon. Voto a favor das emendas e voto a favor do texto principal do Projeto, que está muito bom.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Braz, ouvi atentamente V. Exª e quero-lhe dizer que eu fui subscritor dessa mudança do Regimento. Estou convencido de que estamos corretos, por uma razão muito simples: V. Exª propõe um Projeto com o qual eu não concordo; mas, se houver alteração, eu posso concordar. Portanto, se eu votar as emendas primeiro, eu posso passar a concordar com o seu Projeto. Na verdade, adaptamos uma regra que o Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul historicamente fazem: primeiro, votar as emendas; depois, votar o Projeto. Eu acho que isso está absolutamente correto. Depois vamos conversar sobre essa matéria, mas quero dizer que acho que estamos certos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu quero concordar com V. Exª e dizer que isso tem que ser feito nos Substitutivos também. As emendas têm que vir antes.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Correto.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores, Vereadoras, na minha Bancada não há unanimidade com referência à votação deste Projeto. No entanto, eu, pessoalmente, não sou favorável, e vou explicar. Para trabalhar com o Município, as cooperativas de trabalho devem oferecer aos seus cooperados - cooperados, eles são sócios das cooperativas, não são funcionários; então, eles são donos da empresa - vale-alimentação, vale-transporte, assistência médica e assistência previdenciária. Isso significa o quê? Existem duas formas. A cooperativa entra numa licitação no Município, dá o preço - suponhamos de 100 -, e neste preço devem estar embutidas todas essas regalias. Essas são regalias de cláusulas trabalhistas, mas a cooperativa não tem cláusulas trabalhistas.

Então, a cooperativa entra com o valor de 100, pois para ganhar a licitação tem que entrar com preço baixo. Entrando com preço baixo, ela vai ter que descontar dos cooperados todas essas vantagens. E vai sobrar o que para os cooperados? Praticamente nada.

Vamos pensar agora ao contrário: para a cooperativa não descontar dos cooperados, com o que ela tem que entrar? Com o preço mais alto, onde estarão embutidas essas vantagens. E vai acontecer o quê? A cooperativa vai perder a licitação, ela não vai trabalhar com o Município.

Então, qual é a solução? Nós estamos com este Projeto não permitindo mais que cooperativas de trabalho prestem serviço para o Município e para a Câmara. Estamos excluindo as cooperativas, por quê? Porque elas vão perder, sempre, as licitações. Isso é bom que se diga muito claro, e, no meu entendimento, nós estamos legislando sobre cláusulas trabalhistas. Isso vai dar uma enxurrada de ações trabalhistas. Vai ser um problema para a cooperativa, para os cooperados e para o Município, porque na hora de ele pagar não vai ter essa comprovação aqui. Eu sou contra esses empecilhos que entravam as relações de trabalho. Nós estamos aqui aumentando o custo, e, portanto, todas as cooperativas vão perder a licitação. Então, em última análise, nós estamos afastando as cooperativas de trabalho, que é um sistema muito importante de prestação de serviço para a Prefeitura, para a Câmara e para todas as dependências e órgãos da Prefeitura.

Eu sou a favor das cooperativas de trabalho. É uma bela instituição. No entanto, sei bem que muitas se desviam do seu objetivo. Mas não é por pequenos ou grandes desvios que nós vamos acabar com o sistema cooperativo, que é muito bom, que é espetacular, mas com este Projeto nós vamos acabar com as cooperativas que trabalham para a Prefeitura, para o DMAE, para o DEP, para todas as dependências da nossa Prefeitura e também para a Câmara de Vereadores. Eu, pessoalmente, votarei contra, com muita consciência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos, mas eu queria fazer uma saudação muito especial à Bete, da Cootravipa, uma mulher que tem uma história na área do cooperativismo - a gente poderia falar um dia inteiro e não conseguiria contar tudo o que ela representa nessa área do cooperativismo -; a Margarete, da Fetrabalho; e o Paulo Dias, que é o Presidente da Fetrabalho. Em nome de vocês, eu quero cumprimentar todas as pessoas que estão aqui presentes, principalmente as pessoas que trabalham no ramo cooperativista.

Eu sempre digo, quando eu tenho oportunidade, que eu vejo uma mudança neste País, e essa linha do sistema cooperativista é um caminho, pelo menos é a impressão deste Vereador, e acho que de muita gente.

Eu tenho um enorme respeito pelo Ver. João Carlos Nedel, mas acho que ele fez algumas considerações com que eu não concordo. Ele falou em regalias, mas não são regalias. Porque o que o Ver. João Carlos Nedel falou aqui nesta tribuna há pouco, praticamente é a linha do trabalho da Cootravipa. Então, não é regalia, eu acho que o Ver. João Carlos Nedel se equivocou; mas nós temos alguns minutos antes de votar o Projeto e ele vai ler o Projeto, vai ler as Emendas, e vai ver que o Projeto da Verª Sofia Cavedon, como foi dito aqui, vem em muito boa hora.

Eu acho que nenhum Vereador e nenhuma Vereadora é contra as cooperativas organizadas, cooperativas que respeitam os seus cooperativados. Essa palavra cooperar é uma palavra mágica. Nós queremos é moralizar as cooperativas que trabalham, que respeitam, que dão valor aos funcionários. Agora, a cooperativa que faz falcatruas, que usa o bom-senso das pessoas, que se prevalece das pessoas, essa nós não queremos; isso aí não é o que trata uma cooperativa.

O Presidente da OCERGS, Vergílio Perius, um homem extraordinário, veio à Câmara Municipal e colocou a entidade à disposição para ajudar as cooperativas! Então, essa parceria, essa união, é isso que nós queremos. Todos nós queremos uma mudança neste País, e queremos estar unidos, integrados: o Parlamento, as entidades, as instituições e o sistema cooperativista.

Eu entrei com duas Emendas, entreguei uma cópia para a Bete e para a Margarete, que estão lendo as Emendas, e acho que, em conjunto com as Emendas, também devemos conversar com as cooperativas para ver o que é bom para elas. Isso que é tão importante. Estamos aqui para que, em conjunto com essas entidades, possamos aprovar o Projeto e as Emendas que vão ao encontro daquilo que as cooperativas pedem e gostariam que a Câmara Municipal aprovasse. (Lê.): “Emenda nº 04, ao PLL nº 211/08, art. 3º - O valor da remuneração recebida pelo trabalhador das empresas referidas no parágrafo único do art. 1º, não pode ser inferior ao piso da sua respectiva categoria ou semelhante, no caso de cooperativas de trabalho”. O que é isso? As cooperativas têm um piso. Então o cooperado recebe o piso, ou um assemelhado como o salário mínimo. Isso é proteção. A Cootravipa e outras cooperativas organizadas já trabalham nessa linha.

A Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 também foi discutida com o pessoal das cooperativas, que as acharam oportunas (Lê.): “Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, ao PLL nº 211/08, parágrafo único. Fica resguardada a readequação do equilíbrio econômico e financeiro dos contratos em vigência”.

O que é esta Emenda? Por exemplo, uma cooperativa no processo licitatório ganha uma licitação para exercer o seu trabalho num determinado local, por um determinado preço. Essa mudança resguarda as partes, por meio de recurso econômico, para que cumpram religiosamente aquilo que está no edital.

Portanto, seria isso; e falo com muito orgulho em nome da Bancada do PDT. Entendemos, meus queridos colegas Vereadores e Vereadoras, que devemos sentar juntos - Bete, Margarete, Vergílio, Sr. Presidente da Fetrabalho - e vamos discutir para que possamos votar um Projeto que vá agradar à Câmara e às cooperativas. Repito, para encerrar: cooperativas organizadas, é isso que nós queremos! Muito obrigado e um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

O SR. PEDRO RUAS: Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Vereadoras e Vereadores, os argumento utilizados, até o momento, em relação ao Projeto da Verª Sofia Cavedon, são argumentos corretos; absolutamente corretos. E neles incluo - nos corretos - também os do Ver. João Carlos Nedel, apenas com uma outra visão.

Está correto o Ver. João Carlos Nedel, quando afirma que as cooperativas diminuem a capacidade de disputa em licitações com esse tipo de legislação. É verdade, mas não é essa a pergunta que deve ser feita; deve ser feito, antes, o questionamento de a que preço tinham antes essa condição privilegiada nas disputas. Eu respondo, Excelências: o preço era o bem-estar e direitos mínimos dos trabalhadores, que sistematicamente são negados nesse sistema de cooperativas, entre aspas, que vige entre nós. É natural, Verª Sofia Cavedon, que as cooperativas percam, sim, um pouco da sua competitividade. Ainda bem, porque o preço era um sistema quase de escravidão. A valer o argumento utilizado pelo Ver. João Carlos Nedel, que do ponto de vista mercadológico é correto, nós teríamos que, para manter a condição de competitividade a alguma empresa ou empreendimento, ou cooperativa, retirar cada vez mais e sistematicamente direitos trabalhistas, direitos sociais como um todo, incluindo os previdenciários, Ver. Luiz Braz. Por isso, o argumento, apesar de correto do ponto de vista mercadológico ou matemático, do ponto de vista social não se sustenta. Do ponto de vista social nós temos uma oportunidade única, que nos traz o Projeto da Verª Sofia Cavedon, de finalmente trazermos um pouco de justiça aos trabalhadores, às trabalhadoras, que há muitos anos passam por percalços imensos na sua relação de trabalho, na sua forma de sobrevivência, pelo tal sistema cooperativado. No mais das vezes, Vereadores e Vereadoras, o que consegui observar, ao longo dos anos, na advocacia trabalhista, é que essas cooperativas são empresas de fachada que se aproveitam de uma legislação benévola para os seus interesses para encobrir, na verdade, a falta total de cumprimento da legislação do trabalho, da legislação previdenciária em relação aos seus, entre aspas, cooperativados. Não são cooperativados, na verdade, são empregados: preenchem todos os requisitos do art. 3º da CLT e só não são reconhecidos como tal. Mas, vá lá: cooperativados, formalmente considerados, esse tipo de garantia que o Projeto da Verª Sofia Cavedon estabelece é o mínimo que nós temos - não é uma questão de podermos escolher, não temos alternativas -, a responsabilidade de impor ao Município. E digo mais, quando o Projeto estabelece obrigação de comprovação de cumprimento das obrigações legais, nós estamos simplesmente repetindo, Ver. Airto Ferronato, aquilo que em todas as esferas de Poder - Municipais, Estadual e Federal -, se faz com os demais Poderes. Ou não é verdade que no Município se exige certidões negativas estaduais ou federais; no Estado, municipais ou federais, e Federal, estaduais ou municipais? É isso, Verª Sofia Cavedon. O Projeto não estabelece uma forma de obrigar a cumprir a legislação federal ou estadual, não estabelece, não é isso, Ver. João Antonio Dib? O Projeto estabelece que, em não cumprindo não disputa aqui e não recebe aqui. Não manda cumprir. Agora, não cumprindo, aqui não pode disputar, aqui não pode receber. Essa é a questão e por isso ele precisa ser aprovado. Muito obrigado

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras; eu venho neste momento a esta tribuna para encaminhar o voto do Partido Trabalhista Brasileiro, Bancada composta pelos Vereadores DJ Cassiá, Ver. Nelcir Tessaro, Ver. Alceu Brasinha, Ver. Marcello Chiodo e este Vereador, favorável ao Projeto. O Partido Trabalhista Brasileiro faz questão de votar favorável a este Projeto, Ver. João Carlos Nedel, ainda que seja inconstitucional. Eu quero dizer que este processo precisa ser movimentado, porque nós temos cooperativas boas, mas nós temos muitos picaretas no meio dessas cooperativas. E vou além, Ver. Pedro Ruas, que diz que as pessoas são empregadas, as pessoas são quase que uma mão-de-obra escrava dos tempos modernos, porque são exploradas. Nessas cooperativas é tanto desconto que sobra uma miséria no final do mês, Ver. João Nedel. Pode ser inconstitucional, pode ser o que for, mas alguma coisa precisa ser feita, Vereadores Tessaro, DJ Cassiá e Brasinha. Pode ser inconstitucional, pode ser o que for, mas alguém vai ter que fazer um movimento para começar uma mudança nisso tudo, Ver. Luiz Braz, senão nós vamos ficar assistindo às pessoas que trabalham aqui na Casa, mesmo que recebem uma migalha dessas cooperativas, enquanto que os “coronéis” das cooperativas andam nos seus carrões, fazendo churrascadas a toda hora, com o nosso apoio ainda, com o nosso consentimento, porque a maioria fica calada.

Então, quero parabenizar a Verª Sofia Cavedon, porque deu esse grito, e nós queremos gritar junto também; estamos juntos, e a Bancada do PTB é favorável ao Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08, como autora.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Líderes, Srs. Vereadores, senhores cooperativados, direção da Cooperativa que nos acompanha, eu serei muito breve. Quero dizer que estou emocionada, porque acho que nós chegamos a um momento de uma construção coletiva nesta Casa. Espero, Ver. Valter Nagelstein, que chegue assim para o Governo, porque este é um acúmulo de debate que vem da dor das cooperativadas e dos cooperativados, de cooperativas sérias que perderam licitações, porque os valores foram muito abaixo do razoável, e de pessoas, portanto, fazendo um trabalho sem nenhum respaldo, sem privilégios e sem regalias, Ver. Nedel. Acho que esta Casa tem responsabilidade, como disseram os Vereadores Pedro Ruas e Luiz Braz, de legislar o que o Município vai exigir quando contrata um trabalho. Não dá mais para ser conivente com um trabalho que não tenha uma proteção mínima, uma seriedade, um pró-labore aos cooperativados no primeiro mês. Então, nós construímos isso aqui coletivamente. Eu acabei redigindo, mas a discussão já ocorre há duas semanas na Comissão de Direitos Humanos, Juliana Brizola, muito obrigada. Escutei, recebi as cooperativadas, a Fetrabalho, para ouvir o que têm para colocar. Então, todas as Emendas são resultado da nossa discussão, da conversa com o Dr. João. A gente sabe que para o Governo é uma coisa complicada, talvez tenha alguma implicação financeira, mas será muito bom a partir de agora, porque ele vai fazer licitação, vai ter gente séria e vai ter gente satisfeita trabalhando, porque nós temos Emendas para garantir que elas comprovem o funcionamento verdadeiro de cooperativa; para ter assembleia, para ter participação, para haver divisão de lucros, para haver transparência no funcionamento. Então, eu queria confraternizar com o conjunto dos Vereadores das Bancadas. Nós aqui temos muitas brigas e muitas divergências, mas nós estamos construindo um outro patamar dos funcionários terceirizados, isso é uma emoção, isso é um orgulho para uma Câmara de Vereadores.

Assumamos, todos, o Projeto não é da Sofia; esta Câmara está colocando outro patamar de dignidade, e eu espero, Ver. Sebastião Melo, que isso também seja extensivo ao Legislativo, a gente trata do Município, não é? Parabéns a todos nós, e vamos à votação. Muito obrigada pelo apoio de todos, e parabéns a vocês, que resistem há 40 anos - cooperativadas sérias - é isso que nós queremos: cooperativas sérias.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08, pela Bancada do PT.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Sebastião, meus caros colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores; o jornal Diário Gaúcho de hoje faz uma grande matéria sobre o lado obscuro das cooperativas, parte 1; e promete, Ver. Nilo Santos, para amanhã e quarta-feira, dar continuidade a isso, falando, amanhã, “Na Mira do Ministério Público”, e, quarta-feira, “O Exemplo que deu Certo”, ou seja, há boas cooperativas e há más cooperativas. Nós que somos da Frente em Defesa do Cooperativismo estamos pelas boas cooperativas, aquelas que, como faz a Emenda do Ver. Engenheiro Comassetto e Verª Celeste, meus colegas de Bancada, que fala na Emenda nº 05, na retirada mensal dos cooperativados, na distribuição da sobra aos cooperativados, valor correspondente à taxa de administração, etc. e tal, ou seja, ele coloca algumas das questões básicas do cooperativismo. Eu gostaria que as senhoras e os senhores pudessem dar atenção a esse debate que nós estamos fazendo aqui sobre essa legislação municipal.

Nós não podemos mais aceitar que na Prefeitura nós tenhamos tipos tão diferentes, tão abismais de comportamento, seja de empresa ou cooperativa. Não que as empresas sejam uma “Brastemp”, porque, recentemente, no Mercado Público, uma empresa de vigilância fez uma greve, e nós tivemos que intervir. É tão ou mais picareta do que algumas cooperativas picaretas citadas aqui. Temos que “separar o joio do trigo”, tanto na iniciativa privada quanto nas cooperativas. Mas aqui se fala de duas cooperativas useiras e vezeiras de fazer falcatruas: Algert e Meta. A Meta, para quem não sabe, vou repetir: fui eu que denunciei ao Ministério Público do Trabalho, e fecharam praticamente todo o Centro Administrativo, porque não tinham aquelas coisas mínimas, comezinhas, de EPIs para o seu uso, para sua defesa, para o seu trabalho.

A Algert nem se fala, era só entrar no Mercado Público e ver aquele horror, aquilo é um horror. Nós estamos aqui para defender as boas cooperativas. Vida longa às boas cooperativas! E que se possa disputar o mercado de trabalho, porque há condições de fazer essa disputa. Nós não vamos sustentar nenhuma cooperativa falcatrua, picareta. Jamais! E vamos distinguir, permanentemente, quem está na defesa dos cooperativados.

Nós já tivemos um exemplo aqui dentro com a Coometro, que no dia 22 de dezembro de 2005 não pagou seus cooperativados. Eles passaram o Natal com um panetone que nós conseguimos com um pessoal, e, depois, no início do ano, tinha gente desmaiando nos corredores, porque não tinha recebido, e nós tivemos de fazer um movimento aqui para comprar alguns quilos de arroz e feijão para aquelas pessoas.

Eu posso dar exemplos de pessoas que estão falando aqui, de cooperativas que são assim.

Portanto, temos de regrar as cooperativas. E nós vamos, inclusive, incentivar as boas cooperativas. Temos que dar isso em manchete, porque vamos dar em outra manchete as péssimas cooperativas, Ver. Pedro Ruas, aquelas que não cumprem absolutamente nada. Eu não posso imaginar que alguém que trabalhe o tempo inteiro, em qualquer atividade nesta Cidade, neste País ganhe menos do que o salário mínimo. Há profissões em que o básico é maior do que o salário mínimo, e assim deveria ser, porque temos um custo de vida muito caro, os alimentos são caros. E, evidentemente, isso tem de ser levado em consideração.

Em boa hora estamos discutindo este Projeto, porque, sistematicamente, temos trazido aqui problemas com algumas cooperativas e damos o nome, endereço - quando têm -, porque fomos verificar uma outro dia, que não tinha endereço. Aí não dá! Isso é uma burla.

Há cooperativas que nós sabemos que tem a logomarca, a sede, a gente sabe como chegar até ela, tem atendimento médico, etc. Outras, tivemos o exemplo de uma pessoa aqui que levamos para o Pronto Socorro e, depois, deram a maior bronca, e não mandaram embora por pouco. Nós levamos para o Pronto Socorro, porque a dignidade humana está acima de qualquer coisa. (Palmas.) Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, portanto, neste momento, passamos à votação em bloco. Ver. Dr. Thiago, eu consulto se V. Exª necessita que eu faça a leitura de todas as Emendas?

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu sei que já vai tarde a discussão, e eu me proponho, muito rapidamente, a usar a tribuna. Eu gostaria de cumprimentar, Verª Sofia, a sua iniciativa; Verª Juliana, e todos os Vereadores que subscrevem as Emendas. Eu acho que este é um momento importante, eu quero cumprimentar também as representantes da Fetrabalho - cooperativismo. Muito especialmente eu queria dizer que, na semana passada, quando nós discutíamos a respeito desse assunto, parece que em alguns determinados momentos houve, Ver. Toni Proença, algumas incompreensões.

Eu conheço a Bete já há algum tempo, o Jorge, que está aqui também, o pessoal da Cootravipa. Aliás, tive a felicidade de, quando diretor da Caixa-RS, viabilizar o incentivo, o apoio para que a Cootravipa pudesse publicar o seu livro, que contava a história da Cooperativa.

Lá, comigo, trabalhava o Darci Ferreira, que havia sido Delegado Regional do Trabalho, ele me assessorou na Caixa-RS, me aproximou da direção da Cootravipa, e é uma história muito bonita a história que a Cootravipa tem. É importante que nós façamos isso que o Ver. Adeli fez, essa diferenciação entre aquelas cooperativas que seguem o espírito do cooperativismo, iniciado lá nas fábricas de tecelagem da Inglaterra, no século XIX, no trabalho solidário, na divisão dos frutos do trabalho, de forma equânime entre todos os cooperativados, e essas outras que se travestem de cooperativas, quando, na verdade, não o são. São empresas, empresas privadas, com gestores, com diretores, e aí não vai nenhum demérito, nenhuma crítica à empresa privada, desde que a empresa privada seja constituída com seus objetivos de empresa privada, ou seja, recolha o INSS dos trabalhadores, o Fundo de Garantia, conceda férias, e todas aquelas exigências que estão dispostas em Lei, e que não venha para um certame licitatório para competir, Ver. Dr. Raul, meu Líder, Ver. Haroldo, numa licitação com uma cooperativa - aliás, na forma de cooperativa - estabelecendo uma competição absolutamente desigual com aquela empresa que, por ser privada e por ter de arcar com todos esses custos, não consegue fazer o mesmo preço, aliás, de uma cooperativa. Como bem foi dito anteriormente pelo Ver. Nedel, ele não deixa de ter razão no que diz, e também o Ver. Ruas, que com muita propriedade falou quando ocupou esta tribuna, acho que, de fato, haverá, agora por diante, um marco muito importante na contratação das cooperativas em Porto Alegre. A nossa visão e a visão do Governo nunca foi, em nenhum momento, lutar contra as cooperativas ou ter qualquer papel contrário. A função social importantíssima que as cooperativas têm, muito antes pelo contrário, mas o Governo está adstrito, está preso, está circundado pelo marco legal que se impõe. E o marco legal que nós temos hoje é este: que nós estamos buscando, de alguma forma, aclarar, esclarecer, definindo exatamente quem é quem. Então, eu quero reconhecer este trabalho que foi feito aqui, ao longo destes últimos dias, aqui na Câmara de Vereadores: nós acordamos para incluir a matéria na Pauta, pedimos à Verª Sofia que a retirasse da Pauta para que nós pudéssemos discuti-la mais; foi de fato discutida. Aqui foram trazidos vários atores que compõem este cenário, todos foram ouvidos, e nós chegamos, hoje, a bom termo. Eu acho que nós não podemos pôr em risco o espírito das cooperativas. Lá na Inglaterra do século XIX, quando surgiram as cooperativas, surgiram todas as ideologias que continuam pautando o mundo hoje. Lá surgiu o marxismo, de um lado, o liberalismo, de outro lado, e, como mediadoras desses dois processos, surgiram as cooperativas. Ainda hoje parece-me que essa visão cooperativada é a visão mais justa do mundo. Não é a visão nem do liberalismo, que na verdade são esses empresários, porque se todos os homens fossem bons, e a nossa natureza fosse boa, que bom, nós teríamos o liberalismo. Também não é a visão da presença do Estado em todos os lugares, porque esta visão também foi superada pela história. Então, nós temos de encontrar, entrando no século XXI, exatamente este meio termo. Eu acho que as cooperativas nos sinalizam um caminho adequado que nós precisamos perseguir constantemente. Eu acho que cabe ao Estado, e aqui eu falo como Líder do Governo, exatamente isto: criar o meio ambiente necessário para que todos possam ir ao encontro dos seus desejos, das suas aspirações e da felicidade. Por isso estamos encaminhando favoravelmente a esta solução que chegamos com relação a este assunto. Muito obrigado, Sr. Presidente, muito obrigado, Srs. Vereadores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadoras e Vereadores, acompanhei o depoimento do Ver. Pedro Ruas, o depoimento do Ver. Nilo, do PTB, o que bastou para eu ter uma posição não a respeito das cooperativas com todas as suas nuances, os seus detalhes, pois o que recebo de reclamações de cooperativados! Existem as boas diretorias de cooperativas - existem as boas diretorias de cooperativas -, mas existem as más diretorias, que são formadas por aquelas pessoas que se aproveitam dos trabalhadores. Acho até que o trabalhador em si é mais importante que a cooperativa, é evidente que sim. Agora, o Projeto da Verª Sofia Cavedon, que veio em boa hora, traz para nós a oportunidade de fiscalizar as cooperativas de Porto Alegre, aquelas que vão prestar serviço tanto à Prefeitura como a qualquer outro segmento, para que possamos rever, colocar um pouco de ordem naquilo que está faltando, principalmente aos cooperativados.

Eu tive a oportunidade de fazer duas Emendas: uma delas é sobre a necessidade... A Prefeitura realiza o primeiro repasse à contratada, 30 dias após a realização do serviço. Pela Emenda, no momento da assinatura do contrato, sob pena de não poder obter este contrato, as cooperativas terão que comprovar disponibilidade própria de recursos financeiros correspondentes, no mínimo, ao valor de uma parcela mensal correspondente ao trabalho que vai ser desenvolvido para a Prefeitura.

Uma outra Emenda que fizemos é sobre o edital de licitação para contratações permitidas pela lei; vai condicionar a participação no certame à comprovação de um ano de existência de empresas ou cooperativas que se habilitem à prestação de serviço em licitação.

A última, que é a nº 11, diz que as cooperativas de trabalho comprovarão junto ao Executivo Municipal a existência de fundo para concessão de repouso anual remunerado, de pelo menos 15 dias, aos cooperativados.

Antes da nossa reunião, eu tinha proposto que fizéssemos uma Subemenda para que o descanso não fosse de 15 dias, e sim de 30, porque eu entendo o seguinte: trabalhador é trabalhador, cooperativado ou não. Eu acho que todos deveriam ter igualdade nos 30 dias de descanso a cada ano. Mas, já que não houve acordo, nós vamos para esta de pelo menos 15 dias, abrindo caminho para que nós possamos, logo ali na frente, dar condições aos cooperativados de terem os demais direitos dos outros trabalhadores. É evidente que vamos votar a favor, claro! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08, pela oposição.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores; trabalhadores aqui presentes das cooperativas, entre aspas. Começo a minha fala nesse sentido, uma vez que não posso chamá-los de cooperativados, porque cooperativados, do ponto de vista do conceito do cooperativismo, são cooperados que têm direitos estabelecidos para distribuir os ganhos que a cooperativa faz. Com esse tema em debate, que a Verª Sofia Cavedon traz aqui, e com a matéria que foi divulgada hoje nos jornais, e que promete se repetir nos demais dias, nós temos que separar aquelas cooperativas, minhas senhoras, que são cooperativas, daquelas fachadas que usam as pessoas como trabalhadoras sem direitos, dizendo que é um princípio do cooperativismo. Quando se iniciou o cooperativismo lá em Rochdale, na Inglaterra, construíram-se os princípios do cooperativismo, no sentido de que uma empresa cooperativada nada mais é do que uma empresa solidária em que as pessoas se juntam para construir algo em comum, para ter ganhos em comum, em conjunto e distribuir esses ganhos e esses lucros entre todos. E tem que haver o princípio da transparência nesses processos.

O que nós sabemos, é que aqui nesta Casa, Ver. Ervino Besson, a Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo, que o senhor coordenou e coordena nesse processo, tem recebido inúmeras denúncias de falsas cooperativas, ou cooperativas de fachada, que se apresentam, nos seus estatutos, com o princípio do cooperativismo, mas na prática não atuam como tal. Assinam contrato com órgãos públicos do Município, do Estado e da União, recebem os recursos, Ver. Nagelstein, e não os distribuem conforme apregoa o cooperativismo.

Portanto, sobre o tema que a Verª Sofia Cavedon aqui traz, as Emendas que construímos, tive a oportunidade, junto com a minha Bancada, de apresentar uma delas, e uma dessas comprovações que as cooperativas têm que ter para fazerem contrato com a esfera pública é que apresentem a ata ou as atas das assembleias gerais ordinárias, que apresentam, na prestação de contas, a distribuição dos lucros, que apresentem qual é o percentual que vai para a taxa de administração, que apresentem todos os direitos dos trabalhadores que, no caso das cooperativas prestadoras de serviço, têm que cumprir e executar, aí nós estaremos iniciando uma discussão do conceito e do princípio do cooperativismo, que é muito bom, sim, e temos que defendê-lo, sejam as cooperativas habitacionais, sejam as cooperativas agrícolas, sejam as mais diversas cooperativas.

Portanto, o cooperativismo é um princípio que tem que ser defendido, um princípio e um conceito não pode ficar na teoria, nós temos que transmiti-lo e executá-lo na prática, e esta Casa, que tem o papel de legislar, tem também o papel de fiscalizar e de verificar se o nosso Executivo está agindo corretamente nesses temas ou não.

Eu concluo, em nome da oposição, dos meus colegas do PCdoB, do PSOL, do PT, do PSB, dizendo que o Projeto de Lei da Verª Sofia Cavedon, com a contribuição dos diversos Partidos, vem para abrir esse debate e fazer com que este Legislativo também não fique só na aprovação dessa Lei; que façamos cumpri-la, e que o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras cooperativados passem a ter os benefícios que o conceito do cooperativismo determina, ou seja, usufruir dos benefícios, resultado dos seus trabalhos, e não benefícios individuais, mas que são e serão benefícios coletivos.

Um bom trabalho a todos os trabalhadores; não desistam da luta depois para a aplicação desses conceitos na prática. Um grande abraço, e uma votação, quase certa, unânime desse Projeto. Muito obrigado, em nome da Bancada de oposição.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 211/08.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores que nos assistem; cooperativados, sejam bem-vindos à nossa Casa; eu não poderia deixar de vir à tribuna para dar a posição do PCdoB. Nós temos tido nesta Casa, em muitos momentos, denúncias que nos calam não apenas nesse segmento, mas em vários outros segmentos. Portanto, quando se faz uma crítica, ela não pode ser feita apenas àqueles que, como neste momento está sendo discutida a questão das cooperativas, mas todas as instituições e segmentos têm problemas. Agora, existem alguns problemas, como nós tivemos aqui, Bete, na cidade de Porto Alegre, em relação a alguns segmentos de cooperativas, que foram muitos sérios, muito graves. Nós tivemos, no que diz respeito aos trabalhadores, entre aspas, que atendiam ao setor da Educação, praticamente um trabalho escravo. Nenhum direito, apenas deveres, e, ao mesmo tempo, feria aquelas cooperativas que trabalhavam sério. Isso já foi dito aqui.

Eu apenas digo que o que aconteceu em Porto Alegre nos serviu de exemplo para que o próprio Executivo tenha um rigor, uma fiscalização e um olhar mais profundo na hora em que vai fazer os critérios para a seleção, seja qual for a terceirizada que vai prestar o serviço público, porque é nossa obrigação, é nosso dever usar esta tribuna, estar com os segmentos quando eles estão sendo feridos em algum momento na questão da democracia.

Este Projeto construído pela Verª Sofia Cavedon - e quero parabenizá-la, Vereadora, pela iniciativa -, foi pelo anseio da fala de muitos de nós, Ver. Carlos Todeschini, que se chegou a essa conclusão, e as Emendas que também vêm ao encontro. Sabemos que devemos avançar muito, Ver. Valter, porque nós nem estamos falando aqui, por exemplo, das mulheres grávidas, da licença-maternidade, porque se falarmos qualquer coisa parece que nós já estamos ferindo a questão da CLT. Nem estamos avançando nesse sentido, mas não podemos fechar os olhos a isto. As mulheres continuam engravidando, as mulheres têm os seus filhos, e não têm o direito sagrado de poder ter o seu descanso, de poder ter a sua remuneração. Algumas, sim, como é o caso da Cooperativa que está aqui conosco, mas a grande maioria não. Então, eu acho que este exemplo que está sendo dado aqui pela Cootravipa é um bom exemplo - e a Iracema, grávida, já tem garantidos quatro meses de descanso - que nós podemos usar para aprofundarmos essa discussão. Ainda bem! Com todos esses mecanismos que estamos criando aqui, através deste Projeto e das Emendas, é um passo a mais que nós temos que dar. Essas são as coisas boas que nós apontamos numa Casa Legislativa, com a organização social e a iniciativa das próprias cooperativas - e aquelas, com muitas falcatruas, não vamos chamar de cooperativas, de jeito nenhum -, que trazem o bom exemplo, é que nós podemos trilhar um novo caminho, um novo momento na Capital do Rio Grande do Sul, dando exemplo inclusive a outros Municípios e a outros Estados.

Quero parabenizar pela presença e pela insistência dessas cooperativas sérias - também quero repudiar tudo aquilo de ruim que sabemos que ainda há -, e a iniciativa de estarmos aqui legislando, fiscalizando e atuando frente ao apelo, às considerações e às necessidades que vêm e para as quais nós estamos sempre prontos quando há uma seriedade.

Portanto, Sr. Presidente, esta é a posição do PCdoB, que vai votar favoravelmente, e não poderia ser diferente. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada por vários Vereadores, o bloco das Emendas de nº 01 a nº 11, e também a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, apostas ao PLL nº 211/08. (Pausa.)

O Ver. Mauro Zacher solicita a leitura das Emendas e Subemendas. (Lê.): “Emenda nº 01 ao PLL nº 211/08, de autoria da Verª Sofia Cavedon: ‘art. 3º-B - As cooperativas de trabalho comprovarão, junto ao Executivo Municipal, o fornecimento de equipamentos de proteção individual - EPIs - aos cooperativados, em quantidade e qualidade adequados à prestação de serviços com segurança’; ‘Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver. Pedro Ruas: Fica acrescida, a partir do final da redação proposta pela Emenda nº 01 ao PLL nº 211/08 para o art. 3-B da referida proposição, a expressão ‘vedado o desconto da remuneração dos cooperativados do valor dos equipamentos de proteção individual de que trata este dispositivo’; ‘Emenda nº 02 ao PLL nº 211/08, de autoria da Verª Sofia Cavedon: Fica acrescentado ao PLL nº 211/08 novo artigo sob o ordinal 2º, renumerando-se o atual art. 2º para art. 3º. Art. 2º - O disposto na presente lei aplica-se aos contratos de prestação de serviços firmados com cooperativas de trabalho a partir da sua vigência’; ‘Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver. Ervino Besson: Insere-se o parágrafo único ao art. 2º, acrescentado pela Emenda nº 02, como segue: § único - fica resguardada a readequação do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos em vigência’; ‘Emenda nº 03 ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver Pedro Ruas: Fica acrescida no final da redação proposta para o art. 3-B do PLL nº 211/08 a expressão ‘vedada a cobrança dos equipamentos da remuneração dos cooperativados’; ‘Emenda nº 04 ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver. Ervino Besson: Acrescenta o art. 3-C - o valor da remuneração recebida pelo trabalhador das empresas referidas no parágrafo único do art. 1º não pode ser inferior ao piso da sua respectiva categoria ou semelhante, no caso de cooperativas de trabalho’; ‘Emenda nº 05 ao PLL nº 211/08, de autoria dos Vereadores Maria Celeste e Engenheiro Comassetto: Ficam acrescidos, à redação proposta pelo art. 1º do PLL nº 211/08 para o art. 3-A da Lei nº 5.395, de 05.01.84 e alterações, os seguintes incisos: Art. 3-A ...V - retirada mensal dos cooperativados; VI - distribuição das sobras aos cooperativados; VII - valor correspondente à taxa de administração’; ‘Emenda nº 06 ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver. Haroldo de Souza: Fica incluído um artigo 3º-C na Lei nº 5.395, de 5 de janeiro de 1984, alterada pela lei nº 8.319, de 10 de junho de 1999, conforme o que segue: Art. 3º-C - No momento da assinatura do contrato, sob pena de não poder obtê-lo, as Cooperativas comprovarão a disponibilidade própria de recursos financeiros correspondentes a, no mínimo, o valor de uma parcela mensal correspondente ao trabalho que desenvolverá para a Prefeitura’, de autoria do Ver. Haroldo de Souza. O Ver. Waldir Canal assina a Emenda nº 07 ao PLL 211/08: ‘Altera a redação do inciso III do art. 3º de ‘assistência médica’ por ‘atendimento médico’. Emenda nº 08 ao PLL nº 211/08, de autoria da Verª Maria Celeste, Líder do Partido dos Trabalhadores: ‘Acrescenta-se um parágrafo único ao art. 3º na Lei nº 5.395, de 5 de janeiro de 1984, alterada pela Lei nº 8.319, de 10 de junho de 1999, conforme o que segue: ‘Os custos decorrentes dos condicionantes estabelecidos nesta Lei constarão da planilha de custos a ser apresentada no processo licitatório, tanto pelas empresas quanto cooperativas’. Emenda nº 09 ao PLL nº 211/08, de autoria dos Vereadores Toni Proença e Paulinho Ruben Berta: ‘As Cooperativas de trabalho apresentarão, por ocasião do certame, a listagem dos cooperativados que a constituem, atas de assembleias realizadas e comprovante de regularidade no Sistema OCERGS’. Emenda nº 10 ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver. Haroldo de Souza: ‘O Edital de licitação para contratações permitidas por esta Lei condicionará a participação no certame à comprovação de um ano de existência de empresas ou cooperativas que se habilitem à prestação do serviço em licitação’. Emenda nº 11 ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver. Nilo Santos e outros, Bancada do PTB: ‘As cooperativas de trabalho comprovarão, junto ao Executivo Municipal, a existência de Fundo para a concessão de repouso anual remunerado de, pelo menos, quinze dias, aos cooperativados’”.

São estas as Emendas e as Subemendas. Há solicitação de votação nominal.

Em votação nominal, solicitada por vários Vereadores, as Emendas de nºs 01 a 11, Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 211/08. (Após a apuração nominal.) APROVADO o conjunto de Emendas por 29 votos SIM, 03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Continuaremos a votação. Depois, eu farei a leitura das devidas Justificativas de Voto.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Bernardino Vendruscolo, o PLL nº 211/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 30 votos SIM, 03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Declaração de Voto firmada pelo Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: (Lê.): “Minha abstenção de voto se deve ao fato de julgar esta Casa incompetente para legislar sobre a matéria em comento, no Projeto das Cooperativas de autoria da nobre Verª Sofia Cavedon.

Sem sombra de dúvida o assunto é relevante e as reivindicações têm méritos, porém, este não é o foro para o referido debate, nem tampouco aprovar lei com tais objetivos. Assuntos aqui debatidos já estão contemplados em Lei Federal que disciplina as cooperativas, CLT e Portaria 3.214/78, NR-6”.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Declaração de Voto firmada pelos Vereadores João Carlos Nedel e João Antonio Dib.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Lê.): “Votamos contrariamente ao Projeto, uma vez que a Procuradoria da Casa afirma ser ‘competência privativa do Chefe do Poder Executivo realizar a Administração Municipal’, e a CCJ apontou existência de óbice jurídico. Tanto pela Lei Orgânica do Município, art. 94, inc. IV, e também porque o Projeto extrapola o âmbito da competência municipal. Por outro lado, quem assegurará o cumprimento da lei? Assinado, Ver. João Antonio Dib e Ver. João Carlos Nedel”’.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Declaração de Voto firmada pelo Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Lê.): “Meu voto contrário ao PLL nº 211/08 já foi sustentado, ainda que sinteticamente, da tribuna, eis que as Emendas apresentadas à última hora não retiram, pelo contrário, acentuam a inconstitucionalidade do Projeto, como bem acentua o Parecer da Egrégia Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Todo o discurso é no sentido de combater o ‘mau cooperativismo’, o que, data venia, se conseguiria sem a necessidade desta Lei, desde que se cumprissem as Leis já existentes e se exercesse a competente fiscalização dos contratos terceirizados.

Ao final, não vislumbro, neste Projeto, o decantado fortalecimento do cooperativismo, ao contrário, a extirpação das ‘árvores podres’ se dará em detrimento da floresta como um todo, o que, convenhamos, não é o que desejamos”. Era isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço ao Ver. Reginaldo Pujol e ao Ver. João Carlos Nedel pela leitura de suas Declarações de Voto. Está encerrada a votação do Projeto que diz respeito às cooperativas, de autoria da Verª Sofia Cavedon.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0369/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/09, que autoriza permuta de imóvel na Rua Jary, Bairro Passo d’Areia, bem como doação ao Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, para fins de habitação popular.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 003/09. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 003/09.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; demais Vereadores e Vereadoras, aqueles que nos assistem, pessoas que nos ouvem e os que nos acompanham aqui nesta Sessão; a comunidade dos moradores de aluguel e de favor da Região Noroeste aprovaram, no Orçamento Participativo, nos anos 2002, 2003 e 2004, a prioridade para a habitação. E um dos desafios, à época, foi buscar alternativas de imóveis, de terrenos para a construção das residências. Eles foram em busca, convenceram o Governo à época, e, sendo aprovada em todas as instâncias, por unanimidade, inclusive no Fórum Regional do Orçamento Participativo, foi apontada a conhecida área da Rua Jari, com aproximadamente cinco mil metros quadrados, para a edificação dos projetos habitacionais, visando atender àquela demanda.

E diz aqui o Projeto que veio para desafetar uma área de escola e uma área de praça que, após as análises técnicas realizadas pelos setores competentes do Município, verificou-se que a aludida área foi considerada viável para a implantação de habitação de interesse social no local. Eram 75 famílias de moradores de aluguel e de favor naquela região. Ainda diz o Projeto que é importante também referir que houve manifestação expressa da Secretaria Municipal de Educação em favor do desgravame. Esse Projeto veio para cá em fevereiro de 2006, enviado pelo Prefeito José Fogaça.

Então, estava tudo pronto para edificar as moradias para aqueles que lutaram e conseguiram, ao longo dos três anos de Orçamento Participativo, com a sua participação, a área para suas casas.

Ocorre que, depois de 2006, Ver. Braz, não foram encaminhados os projetos nem os recursos para a edificação e o atendimento daquela demanda da comunidade, pois, dependendo da tipologia, é perfeitamente possível e acessível acomodar-se todas as pessoas que lutaram, reivindicaram e conquistaram essa área.

Mas não foi implementado o Projeto, e a proposta que vem para cá é de trocar essa área por outra mais distante - é verdade, um pouco maior, mas que desloca as pessoas do eixo onde elas são residentes, esse é o problema. São 75 famílias que terão prejuízo, porque terão de ir para uma outra área, longe de suas escolas, do seu local de trabalho, dos seus familiares, da vida, da habitação, de toda a cultura ali vivida ao longo dos anos.

Poderão dizer: “Mas a área oferecida em troca é maior; ela também vai oferecer compensação financeira em retorno”. Sim, isso está no Projeto. O problema é que todo o critério que se teve, originalmente, foi o de reassentar as pessoas o mais próximo possível das áreas de onde elas são originárias. E essa é uma área nobre - é verdadeiro. Mas não é porque as pessoas são pobres que elas sempre têm que ir para a periferia, enquanto os bem ricos, os poderosos, podem fazer seus apartamentos de luxo. Essa é a realidade, Nilo; por isso, a troca. Esse ponto de vista de olhar a Cidade é equivocado, porque cria guetos, afastando as pessoas das áreas nobres, das áreas centrais, principalmente as classes populares, enquanto verticaliza, valoriza e faz habitações de alto valor só em algumas áreas da Cidade. Está errado isso! Por isso, estou aqui para dizer não a essa permuta, porque ela é contra o interesse da comunidade. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 003/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu até gostaria que o Ver. Tessaro, que deve conhecer melhor do que eu o problema, falasse antes, mas eu vou dar a minha opinião com a tranquilidade de quem analisou o Processo hoje de manhã e voltou a analisar agora à tarde.

Não se deve pensar que o Jardim Ingá seja uma área inóspita que não tem valor nenhum. Pelo amor de Deus, ninguém está pensando nisso, não é, Ver. Carlos Todeschini? É uma área de gente muito boa. E está sendo proposto, para a Prefeitura, cerca de 10.500 metros quadrados contra 4.213 metros quadrados lá na Rua Jari. E, além de tudo, a avaliação feita em novembro de 2007 faz com que a Prefeitura receba, além dos 10.500 metros, mais 530 mil reais, que, evidentemente têm de ser corrigidos de novembro de 2007 até agora.

Eu acho muito bom negócio. Haverá condições melhores para acomodar as famílias: em vez de 4.200 metros, serão 10.500 metros. Parece-me que a vantagem é muito grande, e a permuta é favorável à Prefeitura. Eu não tenho por que me manifestar contrariamente, uma vez que leio e confirmo que realmente é bom para a Cidade, é bom para as famílias que vão morar lá, que vinham questionando e solicitando no Orçamento Participativo há vários anos, e que, agora, vão ter a oportunidade de receber as suas residências. Espero que seja o mais breve possível. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está encerrada a discussão. Em votação o PLE nº 003/09. (Pausa.)

O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 003/09.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, famílias que estão aí aguardando há tantos anos por essa decisão; Ver. Dib, a leitura que o senhor fez dos apanhados do Processo explana bem a realidade dessa tramitação. Essas famílias que estão hoje aqui nos assistindo e que desde as 14h estão cobrando a votação deste Projeto, já esperam há oito anos por essa votação.

Para fazer um simples relato deste Processo - porque o Ver. Todeschini falou -, a área da Jari, de 4.250 metros, em que na época foi feita a desafetação; as famílias conseguiram fazer a desafetação, mas ali se contemplavam apenas 40 famílias. São 96 famílias inscritas desde 2001, aguardando as suas residências na Região Noroeste. Mas o projeto, a não ser que fosse verticalizado, e sabemos que o orçamento para a verticalização, na época em que foi apresentado, era de mais de quatro milhões de reais; e no Orçamento Participativo seria impossível destinar a uma região da Cidade tamanho valor, o que seria quase a totalidade do valor para todas as regiões.

As famílias, então, foram em busca de um terreno próximo de onde estavam destinadas, que contemplasse as 96 famílias. Muitas outras áreas foram oferecidas em permuta para o Município: na Av. Manoel Elias - as famílias visitaram, mas não aprovaram; na Rua Ary Tarrago, que era muito distante e não tinha transporte na área, mas, enfim, essa do Jardim Ingá fica próxima, fica na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, com todas as condições de escola, transporte, emprego, comércio em geral, e, naquele local, há condições de instalar, de construir, 105 habitações, sem contar que já existe lá, Verª Maria Celeste, uma área destinada à associação comunitária, ou seja, ela já pode ser ocupada imediatamente, pois tem área construída, tem área de lazer, que já pode ser aproveitada. Além disso, ali também havia um centro esportivo e a comunidade pode aproveitá-lo, o que já é uma economia. Existe uma economia de, no mínimo, 300 mil reais em área construída naquele local.

Em segundo lugar, o Município ainda recebe torna de valores para poder aplicar ali nas obras de infra-estrutura para aquela mesma comunidade.

Então, para o Município o negócio é vantajoso e é muito mais para a comunidade, que poderá, talvez ainda neste ano, ter as suas casas próprias. (Palmas.) É muito importante frisar isso!

Este Projeto foi encaminhado para a gestão no início de 2008; estamos votando agora, no início de 2009, ou seja, houve um ano de lapso temporal desde que as famílias foram ao Conselho do OP e lá aprovaram.

O Paulinho Ruben Berta, que é daquela região, conhece muito bem; lá esteve junto o Ver. Toni Proença. Eu quero dizer ao Ver. DJ Cassiá, que tanto briga pela inclusão social: a Vila Ingá é Centro de Porto Alegre. É Porto Alegre, é o centro da Cidade. Hoje, nós temos a facilidade de vir dessa localidade ao Centro de Porto Alegre em 20 minutos. Não existe dificuldade de escola, de creche, de toda a infra-estrutura.

É uma pena que o Ver. Todeschini não esteja aqui. Ele diz que nós estamos tentando afastar, excluir a comunidade do meio da burguesia; e eu volto a dizer que não! Nós queremos dar condições dignas para as famílias que até hoje não têm, que vêm desde 2001 brigando por uma condição digna. É isto que nós queremos fazer: queremos que essas famílias passem um Natal digno, em habitações de dois dormitórios com seus filhos, com as condições que um ser humano precisa; as mínimas condições, mas condições saudáveis.

É isso que nós esperamos, Ver. Paulinho Ruben Berta, que é vizinho dessa área e pode muito bem dizer que é uma área nobre. Eu volto a dizer que é uma área que fica no Centro da Cidade. Está aí, Ver. Toni Proença, e me mostre os livros, gravadas essas verbas no OP de 2001, 2002 e 2003, que já deveríamos ter dado condições, e estamos fazendo hoje. É um direito dessas famílias! Não tinham condições de construir as habitações para atenderem a todas as famílias da Rua Jari? Estamos dando hoje condições de estarem lá na Vila Ingá. Obrigado, Sr. Presidente, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLE nº 003/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM e 03 votos NÃO.

Apregoamos a Emenda nº 01 ao Projeto de Resolução nº 112/05, de autoria do Ver. Haroldo de Souza (Lê.): “Art. nº 158, § 1º - Atingido o quórum para abertura da Ordem do Dia, o Presidente poderá dar andamento à Sessão antes de transcorrido o tempo estabelecido no caput deste dispositivo”.

Apregoamos a Emenda nº 02 ao Projeto de Resolução nº 112/05, também de autoria do Ver. Haroldo de Souza (Lê.): “Fica alterado, na redação proposta pelo art. 4º do Projeto para o § 1º do art. nº 176, o tempo destinado à votação, passando o mesmo para dois minutos”.

Requerimento, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, solicitando dispensa do envio das Emenda nºs 01 e 02, ao PR nº 112/05 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3712/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 112/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, incluindo alínea “p” no § 1º do art. 94, e dando nova redação ao § 2º desse mesmo artigo, ao caput do art. 158 e ao §1º do art. 176, admitindo verificação de quórum visual e prevendo três minutos como tempo destinado à votação nominal.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela rejeição do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Verª Margarete Moraes: pela rejeição do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir José Oliboni: pela rejeição do Projeto.

 

Observação:

- discussão geral nos termos do art. 126, § 1º, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão, em 2ª Sessão, o PR nº 112/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Está encerrada a discussão.

Encerrada a Ordem do Dia.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Solicito ao Ver. Toni Proença que reassuma a presidência dos trabalhos para que este Vereador possa se pronunciar.

 

(O Ver. Toni Proença reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Toni Proença, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; minha saudação especial a todos aqueles que acompanharam a discussão sobre as cooperativas e o Projeto Jari.

Eu quero iniciar este debate, Verª Fernanda Melchionna, com um assunto que todos nós registramos na noite de sábado. Mais uma vez fica provado, Ver. João Dib, que a EPTC não existe. Existe o Diretor, porque ele apareceu na festa do Internacional, feliz da vida. Mas as pessoas que quiseram acessar o Gigante, o Gigantinho tiveram profundas dificuldades. Onde estavam os Agentes de Trânsito? Onde estava a direção da EPTC? Prefeito Fogaça, não podemos mais continuar nessa situação! V. Exª escolheu mal e reconduziu mal o Diretor da EPTC; está na hora de mudar. O povo não suporta mais! Para ir a uma festa, não há fiscalização; faixas de segurança, quando pintadas, não têm orientação, porque nem folheto para orientação existe. Promessas foram feitas para resolver os dramas da Vila Tronco, da Cruzeiro, onde houve mortes recentemente, o Secretário disse que resolveria o problema e não resolveu nenhum problema! Não há fiscalização de trânsito, não há fiscalização de transporte! Perguntem ao Ver. Paulinho Ruben Berta como anda a situação do bairro Rubem Berta! Perguntem aos Vereadores da Zona Sul! E não é preciso ir à Zona Sul; é só se postar numa rua no Centro de Porto Alegre para verificar a bagunça, a balbúrdia do trânsito. E quando um Vereador faz um Pedido de Informações, não tem resposta; até hoje o Secretário não respondeu sobre as viagens que fez ou deixou de fazer.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, eu, numa oportunidade, propus à EPTC que usasse nas faixas de segurança blocos de concreto pretos e brancos. Eles me disseram que não existe esse bloco. Só que eu já fiz uma faixa de segurança dessas na frente da SMOV, e ela durou anos; depois foi coberta por asfalto. Parece que ele não está muito habituado com coisas diferentes.

 

O SR. ADELI SELL: Colocação de sinaleira. O pessoal que mora na Vila Nova - Todeschini, Nilo Santos e outros -, vejam a Estrada João Salomoni: tem uma sinaleira que não serve para nada; não é na entrada, fica na frente de um terreno baldio, a menos de cem metros da entrada do Condomínio Salomoni. Há acidentes permanentes; agora, com a construção do Big, a estrada virou uma via expressa, é via de corrida. A comunidade fez um pedido, eu fui lá, fotografei, mas hoje eu resolvi, Ver. João Dib, não mandar para a EPTC; eu resolvi fazer um dossiê e mandar para o Prefeito Municipal, porque é uma vergonha, é um descaso por parte da EPTC! Se eu hoje estou irritado, irritadas estão as pessoas que moram na cidade de Porto Alegre, pelo descaso da EPTC! E a base do Governo não tem como defender o Secretário Senna: nem o Líder do Governo, nenhum Vereador da base do Governo! Eles não têm como defendê-lo, não têm argumento! Eu sou daqueles Vereadores que chegam aqui, e quando o Governo faz alguma coisa importante, eu vou, eu digo, eu respeito, inclusive elogio, porque não sou hipócrita, muito menos cretino. Mas eu quero respeito, eu peço ao Prefeito Municipal que nos respeite também, mandando o Secretário Senna para fora da Prefeitura; que ele volte a dar aulas, volte a fazer suas palestras, continue viajando, mas não com o dinheiro público!

Eu digo mais: eu vou a Ministério Público, porque eu quero saber quantas viagens a EPTC pagou no ano passado e neste ano. Eu quero saber, eu exijo; o povo de Porto Alegre exige. Eu desafio os Vereadores da situação a defenderem o indefensável. Fora Senna! Prefeito Fogaça, respeite o povo de Porto Alegre, porque nós temos um profundo respeito pelo Prefeito, apesar das divergências, porque o senhor é um homem honrado e não pode sustentar um Secretário que nada faz, e, inclusive, é indelicado com o povo da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Airto Ferronato.

Solicito que o Ver. Adeli Sell retome a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Adeli Sell, nosso Vice-Presidente da Câmara; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e os que nos assistem e nos acompanham, no último dia 3 de abril, sexta-feira, o GAPA/RS fez 30 anos. O GAPA/RS, que é o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids, é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, que atua no Estado, sendo reconhecida como Entidade de utilidade pública e como importante prestadora de serviços de apoio relacionados à Aids, baseada em trabalho voluntário.

Criado em 3 de abril de 1989, o GAPA/RS tem por objetivo básico lutar por melhores condições de vida e assistência às pessoas com HIV/Aids. Por opção política, prioriza os segmentos economicamente marginalizados, grupos despojados de projetos sociais ou proeminência política. Atualmente, vem desenvolvendo práticas preventivas da infecção pelo HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis por meio de campanhas educativas e massivas que contam com parcerias de veículos de comunicação e agências de publicidade.

O primeiro momento de planejamento da comunicação do GAPA/RS data de 1992. Por intermédio de uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, representada pela Faculdade de Comunicação, iniciou-se a implementação do atual Núcleo de Comunicação.

Em termos de comunicação externa, no ano de 1995, desenvolvemos, mediante parcerias, uma nova linha de campanhas preventivas, dentre as quais se destacam: Campanha Gráfica “Aids: Cenas da Vida”, produzida pela MPM/Linthas, que se compôs de uma série oito cartazes de prevenção e estímulo à solidariedade; foi premiada em Cannes e escolhida pelo Ministério da Saúde para representar o Brasil na XI Conferência Internacional de Aids, em Vancouver, Canadá.

Campanha “Bichos”: em rádio e TV, produzida pela DCS Comunicações, cujo spot “O Pinto” ganhou o prêmio de Melhor Comercial do mês da RBS Rádio, e está concorrendo ao Troféu RBS Rádios de Criatividade.

Neste ano, contabilizamos 80.000 pessoas diretamente atingidas em eventos promovidos pelo GAPA/RS, para a sensibilização sobre a questão. Por outro lado, são oferecidos diversos serviços e apoio às pessoas portadoras de HIV/Aids, totalizando um atendimento na sede de 500 pessoas por mês, e um alcance indireto de 2.000/mês, incluindo pessoas soronegativas que buscam informações ou prevenção.

Para manter todos esses serviços, o GAPA/RS conta com o financiamento parcial para projetos específicos, de entidades internacionais, o que nos estimula a buscar estratégias para a sustentação, manutenção e ampliação dos serviços oferecidos à comunidade.

Os primeiros casos de Aids, nos Estados Unidos, remontam a 1976/78. No Brasil, o primeiro caso conhecido foi em 1983.

No início, a doença foi rotulada como “peste gay”, e foi criado no imaginário coletivo que a Aids estava restrita a certos grupos.

Deu-se início a um processo de discriminação, preconceito, estigmatização e a falsa noção de grupos de risco, dificultando a compreensão real da epidemia e a adoção de comportamentos seguros.

Felizmente, a partir do desenvolvimento da democracia participativa, da conscientização e de uma série de medidas - como a redução de danos e mais um conjunto de elementos que afastavam e combatiam o preconceito - que buscava educar, esclarecer, conseguiu-se produzir no Brasil avanços extraordinários de luta contra a Aids. É evidente que isso foi corroborado pelo Ministério da Saúde, pelos órgãos governamentais, e, felizmente, de lá para cá, muitos avanços aconteceram e o Brasil é um País referência na luta ao combate à Aids.

Parabéns ao GAPA/RS, que teve um destaque e tem uma importância fundamental e continuará tendo, porque ele faz a conscientização, a educação e, principalmente, a luta contra o preconceito, salvando vidas. Parabéns, GAPA/RS; longa vida e viva os teus 30 anos. Obrigado pela compreensão, meu caro Presidente, Adeli Sell.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

O SR. ERVINO BESSON: Caro Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pela TVCâmara, quero saudar todos. Primeiramente, eu quero agradecer, de forma muito fraterna, ao querido Ver. Brasinha, que me cedeu o seu tempo, no dia de hoje, no período de Comunicações. Meus caros Vereadores, como eu sou de origem italiana, os meus avós vieram da Itália, e acho que no Brasil, em diversos Estados deste País, principalmente aqui na nossa Porto Alegre, no nosso Rio Grande, temos a história dos imigrantes italianos, e hoje, com muita tristeza, comento a tragédia do terremoto que aconteceu na Itália. A cidade de L’Aquila foi praticamente destruída, quase nada sobrou naquela cidade, e os seus patrimônios históricos, com seus prédios tombados, um patrimônio histórico da Itália está praticamente destruído. Então, me manifesto em nome da Casa, que já fez vários eventos aqui com o Cônsul da Itália, lembrando toda a história e tudo o que a Itália representa para o nosso Rio Grande do Sul. Mas hoje, infelizmente, a Itália está sofrendo esta tragédia que nos entristece muito.

Portanto, quero que a Itália receba da nossa Câmara de Vereadores, da nossa Porto Alegre e do nosso Rio Grande do Sul, o nosso sentimento profundo de pesar, e receba o nosso afetuoso abraço. Que Deus conforte as famílias que vivem essa tragédia desse terremoto.

O segundo assunto de que quero falar é sobre a coleta seletiva de lixo. A coleta seletiva foi implantada em outro Governo, mas hoje ela está renovada, e ganha mais caminhões para poder atender quase toda Porto Alegre. É um extraordinário trabalho realizado pelo DMLU. Agora, a nossa população precisa ser mais consciente para fazer a separação do seu lixo doméstico, e as empresas também, para que possamos, sim, controlar o lixo que produzimos diariamente em nossas residências.

Os jornais publicam quase que diariamente fotos e matérias sobre o crime que a população de Porto Alegre está cometendo, quando larga lixo no arroio Dilúvio, no arroio Cavalhada e no arroio Passo Fundo.

Tenho aqui, também, uma matéria do DMLU que diz que o gasto na capital chega a 500 mil mensais. De onde vem esse gasto? Esse valor, meus caros colegas, poderia ser aplicado na Saúde, em creches, e nas áreas assistenciais, mas tem que ser gasto para o recolhimento de lixo, porque a população não cuida do seu lixo, e o coloca nas vias públicas.

Meu caro Presidente, consulto se é possível o Ver. Bernardino Vendruscolo me ceder o seu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Não, não é possível, já consultei.

 

O SR. ERVINO BESSON: Então, encerro, Sr. Presidente. Mas eu retornarei em momento oportuno para falar sobre o que acontece com o lixo que nós produzimos diariamente aqui em Porto Alegre. Muito Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Vereador Adeli Sell, presidindo os trabalhos neste momento; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos acompanha pelo Canal 16, senhores e senhoras, eu queria também demonstrar aqui um pouco da minha indignação, como o Ver. Adeli fez em relação à EPTC, mais precisamente num caso acontecido no sábado à noite, de quem se dirigia para a Região Sul, pois não conseguia acessar por falta de um controle, ou do regramento melhor do trânsito da Cidade.

Mas eu queria falar mais precisamente da questão da Saúde, até porque, não é por acaso que há poucos dias o jornal Zero Hora dizia que a cada 48 segundos entrava uma ambulância em Porto Alegre. Por que será que a cada 48 segundos chega uma ambulância em Porto Alegre?

Hoje, mais uma vez, a RBS TV mostrou, através do Jornal do Almoço, e passa a mostrar esta semana, a situação da Saúde em Porto Alegre. Aí nós vamos verificar exatamente o que nós temos denunciado aqui na Câmara: o descaso com a Saúde.

Em visita a uma Unidade de Saúde em Porto Alegre (Mostra foto.), se pode ver que este Vereador está segurando ali em torno de mil consultas para especialidades, que a central dessa Unidade de Saúde não está conseguindo acessar a Central de Marcação, para marcar a especialidade. E próximo ali - logo embaixo da minha mão - existe uma outra caixa onde têm mais umas três mil consultas, até porque o funcionário dessa Unidade de Saúde, em três dias seguidos, Ver. Todeschini, não conseguiu acessar a Central de Marcação de Porto Alegre. Para onde estão indo as cotas ou as consultas que deveriam ser marcadas para o cidadão de Porto Alegre e que não estão sendo marcadas? A Central de Marcação está, de fato, atendendo pela manhã o Interior, e, à tarde, Porto Alegre? Se estivesse atendendo, à tarde, Porto Alegre, por que as Unidades de Saúde não estão conseguindo acessar a Central de Marcação? É por isso que o Jornal do Almoço - parabéns a essas matérias que estão saindo, e vão sair ao longo da semana - está mostrando não só o descaso com o atendimento médico em Porto Alegre, em que os cidadãos madrugam para conseguir uma consulta; em cada Unidade somente dez fichas são distribuídas, e, essas dez, geralmente, vão gerar mais dez fichas para especialistas, e que estes pacientes, por sua vez, ficam esperando seis meses, um ano para tal atendimento. É óbvio que tem um certo absenteísmo, porque é muito tempo, Ver. Todeschini. É tanto tempo assim que a pessoa que está com problema urgente não tem condições de esperar uma semana. E é neste sentido que nós queremos defender a informatização das Unidades de Saúde com a Central de Marcação, porque a Central de Marcação, infelizmente, não corresponde mais com a realidade da nossa Cidade, e por isso precisamos mudar.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte. Quero cumprimentá-lo pelo pronunciamento, Ver. Aldacir Oliboni, e informar também aqui aos que nos acompanham, aos presentes, pela rádio e pela TVCâmara também, que nós tivemos na semana passada uma reunião muito importante da COSMAM, com a presença do Presidente da Câmara, Ver. Sebastião Melo, o Conselho Municipal de Saúde e o Governo Municipal, e, pela primeira vez, o Governo admitiu a responsabilidade de que seus atos o levaram a estar inadimplentes, porque as contas não foram aprovadas pelo Conselho Municipal de Saúde. Uma delas foi essa justamente da aquisição dos equipamentos de informática para facilitar a marcação das consultas. Mas, não só isso; também o repasse dos recursos, o repasse das verbas estão em atraso em função de que o Governo não fez a prestação de contas como a Lei obriga, e não teve as contas aprovadas, porque estava em desacordo com a Lei. Portanto, bem fez o Conselho, que é o controle social, em exercer o seu papel de fiscalizador para fazer com que as coisas retomem os trilhos, para, então, a Saúde poder ter uma gestão adequada. Obrigado pelo aparte, Ver. Oliboni.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Para concluir, meu nobre Presidente, queria dizer que exatamente por causa disso - pela não-aprovação das contas através do Conselho Municipal de Saúde -, a Prefeitura acabou caindo no Cadin, e agora tem que sair correndo atrás para poder receber os recursos federais para poder implementar parte da política direcionada à Saúde de Porto Alegre. Isso mostra, mais uma vez, o descaso com a Saúde. Parabéns à RBS por estar focando a realidade do nosso Município. O povo, infelizmente, está aí “pagando o pato” por falta de gestão deste Governo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, estou há uma semana ouvindo uma tese de alguns Vereadores desta Casa, de alguns empreendedores de que a Emenda do nobre Ver. Airto Ferronato - que corretamente apresentou e corretamente foi aprovada -, que prevê 60 metros de distância para poder empreender algo do famosíssimo e mais do que polêmico Pontal do Estaleiro, seria algo ilegal perante Resolução do Conama, perante o Código Florestal Federal, e, segundo eles, segundo esses defensores, Ver. Pedro Ruas, seria, dentro do Direito Administrativo, uma desapropriação, portanto, o empreendedor deveria ser indenizado.

Há uma semana estou ouvindo isto, e, ao mesmo tempo, estudando, junto com o pessoal do meu Gabinete, essa matéria que é de Direito Urbano, Ambiental e Administrativo. Esperei todo o estudo feito para dizer - inclusive, Verª Maria Celeste, ao contrário de alguns Vereadores que disseram que votaram a favor, porque não sabiam direito o que estavam votando, porque foi em uma Sessão de cinco horas, de forma rápida -, que por isso sou contra os Projetos em Regime de Urgência. Eu sabia o que estava votando e continuo sabendo o que votei, cada vez mais convicto, por quê? A Resolução do Conama diz: (Lê.): “Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima de: [entre outros itens]...e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos metros de largura”. É o caso.

Se nós fôssemos aplicar a Lei, seriam 500 metros e não 60 metros; muito menos 30 metros. Qual é a alegação dos defensores? Que a Resolução Conama, a mesma, porque esta Resolução procura regulamentar o Código Florestal Federal, que é de 1965, diz: “Ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de trinta metros...” Aí, vem a questão; primeiro: o artigo 3º, ao qual me referi, fala em curso d’água. O que vem a ser um curso d’água, senhoras e senhores? Isso é o vocabulário jurídico, técnico ambiental validado. Curso d’água, segundo a própria Norma Brasileira, a NBR: “Água que escoa contínua ou intermitentemente por um canal natural ou artificial”. Ora, os lagos não possuem canal, na sua maioria. Nós temos um canal de navegação famosíssimo, canal dragado, Ver. Pancinha. Nós temos um canal por demais conhecido. Portanto, é um curso d’água. Porque, aqui, vem a hermenêutica, Ver. Pedro Ruas: nós temos que ligar o inciso III, que fala “ao redor de lagos” com o acima que fala de “curso d’água”, e olhar o que vem a ser curso d’água. Portanto, são 500 metros e não 60 metros e muito menos 30 metros. Mais, eu diria o seguinte: primeiro, são no mínimo 30, cabe cada caso; cada caso é um caso. Eu gostaria de colocar a função social da propriedade e as obrigações do empreendimento para com o meio ambiente. O Artigo 182 é um; o artigo 170 é outro da Constituição Federal. Segundo Antônio Herman Benjamin, Ministro do STJ, um dos maiores juristas deste País, diz de forma clara que “...entre os direitos associados à propriedade, não está o poder de transformar o ‘estado natural’ ou de destruí-la”. Portanto, não é fazer o que se bem entenda. Porque ele alega para outros casos, fora do Pontal, claro, que não há desapropriação nesse caso, por quê? “Não cabe indenização quando o Poder Público, procedendo em conformidade com o suporte constitucional da função sócio-ambiental, regrar a forma do uso...”. Está regrando o uso, não está tirando o uso do proprietário. E aí eu concluo, Sr. Presidente: não há desapropriação quando não se está retirando o uso, e sim, definindo um tipo de uso. Portanto, não há, segundo a doutrina, segundo a jurisprudência, desapropriação, porque não se está desapropriando para construir algo para o Poder Público. Nós estamos tratando de uso comum do povo; é uma área que vai ser destinada para uso, para ruas, avenidas e praças, portanto, não se está retirando do proprietário, e por isso, então, concluo, Sr. Presidente, que nós precisamos estudar muito antes de alegarmos, porque depois fica muito ruim. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público em geral que acompanha o Canal 16; ora, vejam só, nós percebemos que hoje as ofertas de serviços em saúde só existem, Ver. Pujol, quando o Governo tem interesse em comprar serviços. Dos 22 hospitais, clínicas e hospitais em Porto Alegre, a grande maioria deles diz que só não colocam mais serviços à disposição, porque o Poder Público não tem interesse em comprá-los. Vamos dar um exemplo: só não tem mais tomografias, porque o Município não quer comprar. Um cidadão que vai consultar e precisa fazer um exame, e, ao marcar este exame, se o prestador de serviço, isto é, o hospital conveniado disser que só pode marcar, ou que só tem vaga para daqui a seis meses ou um ano, é exatamente porque o Poder Público não compra mais serviços. Aí nós vamos entender, por exemplo, o motivo de o cidadão, ao enfrentar uma fila de madrugada para marcar alguns exames, só conseguir marcar os exames para seis meses depois. Ora, isso não poderia acontecer, porque o fato de não dar possibilidade ou acesso ao exame pode, ao fazer o exame somente daqui a seis meses, acontecer de o cidadão não ter mais condições ou controle da sua doença ou da sua epidemia.

Então, nós, como cidadãos, como cidadãs, temos que denunciar o não-interesse do Governo em não comprar serviços daquelas unidades de saúde, ou prestadores conveniados que querem e que têm interesse, sim, de aumentar a cota de consultas ou exames.

Muitas vezes nós vamos ao hospital e percebemos que a emergência está lotada, Ver. Pedro Ruas, e percebemos também que demora duas, três horas para um paciente ser atendido. Pois esse hospital, emergência ou clínica conveniada programa os seus atendimentos conforme o número de consultas que ele vendeu ao Município. Isso se chama “cota-consulta”. Se ele tem duas mil consultas de emergência, ele programa o atendimento médico para somente duas mil consultas/mês; são tantas por dia e atende tantos cidadãos por dia, e, atendendo mais, não vai receber. Portanto, não tem interesse em disponibilizar mais serviço.

Então, é preciso, sim, apresentarmos um Projeto de Lei para acabar com isso. É um absurdo um cidadão ir a uma emergência, esperar quatro horas para ser atendido, exatamente porque o Poder Público não quer comprar serviços daquela unidade hospitalar conveniada. Isso não pode acontecer, porque, se ele atender, o Sistema Único de Saúde garante o pagamento. Portanto, o prestador, que é o Município e que é o gestor, deveria dar acesso, sim, ao atendimento médico. Então, isso nós temos que denunciar. Às vezes, nós vamos a uma emergência, percebemos a demora, a falta de atendimento, mas não sabemos o que há por trás disso. É porque o prestador, é porque o conveniado não está recebendo se atender além das cotas disponibilizadas ao Poder Público, e este só se responsabilizando por aquele número de consultas.

Nesse sentido, quero falar da indignação e do protesto que nós temos que fazer neste momento, ou todos os dias, quando a RBS mostra claramente - e nós também mostramos claramente - o descaso com a Saúde em Porto Alegre, o descaso com a Saúde no Interior. Não é por acaso, não, que a cada 48 segundos entra uma ambulância em nossa Cidade. Não é por acaso!

Os recursos destinados à Saúde não estão chegando lá na ponta, no prestador. E o prestador, como disse a Direção do Conceição quando diz que disponibilizou 114 mil consultas no ano passado e que foram utilizadas somente 24 mil consultas... Aí está o grave problema que temos que denunciar aqui diariamente. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Quero chamar a atenção dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras para um apelo da Escola do Legislativo para o Seminário de amanhã sobre as publicações legais. Há muitos gabinetes de Vereadores que não inscreveram nenhum de seus assessores, e trata-se de um tema extremamente importante para esta Casa. Faço um apelo a todos e a todas.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell, nesta Sessão, Vereadoras e Vereadores, inicio este pronunciamento cumprimentando o Ver. Beto Moesch, porque, dentro do tema conhecido pela população como Pontal do Estaleiro - e eu digo um tema, porque abrange vários aspectos da cidadania -, o Ver. Beto Moesch tem se destacado pela posição firme, coerente com o seu trabalho de muitos e muitos anos, mas também pelo profundo conhecimento técnico da matéria, o que nos dá orgulho de termos uma posição tão bem defendida, Ver. Beto Moesch, nesta Casa. Cumprimento V. Exª por este trabalho que honra a todos nós, Vereadores de Porto Alegre.

Por outro lado, registro que esteve entre nós, hoje, o Vereador e hoje Diretor-Presidente do DEMHAB, Humberto Goulart, um Vereador que tem trajetória importante na Cidade, respeitado, e falava esse Vereador hoje da sua intenção de trabalho intenso em relação à Vila Chocolatão. Ver Oliboni, V. Exª tratou deste tema hoje, aqui, com muita propriedade, da tribuna. Eu disse ao Vereador-Diretor, Humberto Goulart, que era uma obrigação moral do Executivo Municipal, talvez representado neste ato pelo DEMHAB, resolver essa situação de forma urgente, humana e eficaz, e isso não é complicado, Ver. Aldacir Oliboni, e registro novamente o pronunciamento importante de V. Exª nesse sentido, como as preocupações dos demais Vereadores desta Casa. Na verdade o que é preciso é uma ação integrada do DEP com a CEEE, e nós teríamos as condições mínimas, humanas, dignas, para a solução de um problema imediato dessa comunidade da chamada Vila Chocolatão.

Alguns anos atrás - os Vereadores e as Vereadoras devem lembrar -, a CNBB fez uma campanha nacional com o título “Onde Moras?”, e a CNBB dizia que esta resposta à pergunta “onde moras” daria, Ver. Pujol, a medida da condição de cidadania de cada um. Quando a pessoa pudesse responder qual era o seu endereço, ou seja, responder à pergunta da CNBB “Onde moras?”, ela poderia exercer, de fato, a sua cidadania.

Quantos brasileiros e quantas brasileiras não podem responder, até hoje, a esta pergunta? E esta Campanha tem mais de dez anos: “Onde Moras?” É uma questão de cidadania para um indivíduo, um homem, uma mulher poder dar o seu endereço, poder dizer onde mora, poder dizer que na sua residência tais e tais pessoas são seus vizinhos.

O que se pede é que aqui, na Vila Chocolatão, comece algum tipo de exemplo na Cidade, e que isso não pare aqui! Porque esta resposta ao “Onde Moras?” muita gente na nossa Cidade, lamentavelmente, não tem condições de dar - não tem condições de dar! -, tamanha é a precariedade da situação, inclusive em termos de tempo, pois os próprios moradores da Vila Chocolatão não sabem se permanecerão nessa área ou se serão deslocados para outro local. Aqui, onde seus filhos estudam perto, onde seu trabalho pode ser realizado, onde seus carrinhos podem ser colocados, aqui é que eles precisam ficar, querem ficar, com condições minimamente dignas de seres humanos que são! Por coincidência, essa tragédia social está ao lado desta Casa Legislativa, desta Casa do Povo! A resposta aos moradores da Vila Chocolatão e à CNBB, nós também, Vereadores, temos a obrigação de dar e de cobrar dos órgãos competentes.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, inscrito na Pauta, eu estava preparado para me manifestar na Pauta. Havia dois projetos sobre os quais eu pretendia me manifestar. Inobstante os pronunciamentos, especialmente dos Vereadores Aldacir José Oliboni e Pedro Ruas, me impelem, de forma irrecusável, a vir à tribuna para enfocar outra situação que não os assuntos em Pauta.

O discurso do Ver. Pedro Ruas, especialmente porque ele se referiu carinhosamente ao Ver. Beto Moesch, deixa claro que ainda existem, na vida política, pessoas que são capazes de respeitar os pensamentos diferentes, ainda que com eles não concordem. Eu mesmo, ouvindo o Ver. Pedro Ruas, por quem tenho um carinho muito especial, e não é de hoje, é de muito tempo, porque é um homem de posição, um homem digno, um homem que recusou posições neste Estado para se manter coerente com o seu ponto de vista, e isso o faz credor do meu respeito e da minha admiração ad aeternum. Mas ao enfocar os programas habitacionais, e ao enfocar essa pergunta feita à CNBB - eu não sabia que tinha sido feita -, aprendi há muito tempo que o lar é o reduto inviolável do cidadão. E quem não tem lar, não tem reduto. Eu sou encantado por esse tema. Ainda hoje, Ver. Adeli Sell, V. Exª é minha testemunha, eu tinha alguns arrepios com V. Exª porque estava retardando um projeto que, no meu entendimento, beneficia o DEMHAB e, beneficiando o DEMHAB, beneficia a habitação popular, e, consequentemente enfrenta o problema que V. Exª denunciou da tribuna. Eu tenho com esse tema um compromisso de alma, de consciência, de quem vivenciou esse problema na intensidade, há muito tempo, e que dele não se desvincula, e sabe que ele, mais ou menos, numa sociedade de contraste como a nossa, quase como a felicidade, é inatingível: quando a gente pensa que está conseguindo resolvê-lo, a gente está começando a agravá-lo. Mas a verdade é que nós precisamos hoje - as ditas forças populares que estão no Governo da Nação - olhar esse assunto de frente e não o trabalharmos como até hoje vem sendo trabalhado - e isso é uma afirmação que eu faço com a responsabilidade de quem se debruça sobre o assunto há muito tempo -, apenas nas consequências.

Passou-se, nesta Cidade, Ver. Adeli Sell, consciente ou inconscientemente, ao cidadão que não tem habitação, a ideia de que para ele ter alternativa habitacional, ele precisava invadir uma área, ocupar uma área, transgredir a lei. E ele, que não tem nada a ver com o Estado de Direito, quando ele está num estado de necessidade, acabou invadindo várias áreas, entre as quais essa da Chocolatão. E a sociedade, até em dívida com esses segmentos sociais, foi tolerando esse fato, quando não estimulando. Isso nos levou aos dias atuais, aos dias presentes, em que nós precisamos, Vereador-Presidente, encarar essa realidade de fato. Hoje nós vivemos assim: é justo nós mantermos os ocupantes da Chocolatão naquela área? É lícito que eles tenham - porque foram ousados e acreditaram numa estratégia de invasão - assegurada uma área no perímetro central de Porto Alegre, em detrimento de outros tantos que acreditaram que, só pelos meios normais, teriam a aquisição de uma areazinha, e foram comprar seu terreno lá em Alvorada ou em qualquer outro ponto deste Rio Grande de Deus? É uma discussão que tem de se fazer de frente, sem constrangimento, sem preconceitos. Não é porque veio aqui um ilustre professor, brilhante, dizer que nós estávamos querendo fazer uma segregação ao colocá-los fora do Centro de Porto Alegre, onde eles pretendem continuar, que isso seria um ato até nazista, de purificação racial, que nós vamos alterar esses conceitos.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que eu quero debater esse tema, sim. Faço questão de debatê-lo com gente do quilate do Ver. Pedro Ruas, que é um homem de bem, um homem digno, que é de posição diametralmente oposta à minha, mas que é coerente nas suas posições. Mas precisamos discutir, sim, com responsabilidade, para não incidirmos naquele erro, Verª Maria Celeste, dos homens e das mulheres que vivem dos problemas e morrem com as soluções. Eu seria injusto com aqueles que eu levei lá para a Vila Santa Rosa, que compraram um terreninho e pagaram com dificuldade se eu estivesse advogando uma situação diferente. É preciso se criar, sim, alternativas propícias para os sem-casa desta Cidade e deste Estado, mas não estimulando uma outra forma de injustiça, premiando aqueles que não procuraram construir as soluções; e esses, sim, merecedores da nossa melhor atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não vou, neste momento, tratar do tema da Vila Chocolatão, acho que o Ver. Pedro Ruas foi muito feliz na sua fala. Quero trazer aqui um tema que eu acho extremamente importante para todos nós e que a imprensa não tem colocado com o devido merecimento ou com o devido aprofundamento e análise, que foi o encontro que reuniu as vinte maiores economias do mundo, o chamado G20, que ocorreu na semana passada. É importante nós colocarmos isso, porque nós estamos vivenciando a maior crise do capitalismo mundial desde 1929. Essa importância colocada tem que ser tratada e apontada por nós aqui, na Câmara Municipal, pelos Partidos políticos, porque ela afeta toda a classe trabalhadora, e há um descompasso entre aquilo que o noticiário passa e aquilo que efetivamente traz como resultado desse encontro do G20, realizado em Londres, na última quinta-feira.

As decisões tomadas pelas lideranças dos 20 países economicamente mais relevantes do mundo representaram o maior e o mais importante pacote de mudanças já produzido em acordos internacionais desde o pós-guerra. Trata-se de um evento histórico que rompe o consenso, até aqui, predominante nas relações globais de comércio e que pode abrir caminhos para mudanças realmente significativas no estado do mundo. Excesso de otimismo? Não. Eu penso que é um sentimento, um sentido de sustentabilidade, que foi, inclusive, apontado no documento conclusivo da reunião de cúpula e foi destacado em diversas manifestações no mundo todo.

Esses são os pontos centrais, as balizas que marcam as decisões tomadas pelos dirigentes. Mas a imprensa brasileira, por vezes, se prendeu a fatos, deixando uma análise mais profunda, mais real para um segundo plano. Mostrou-se o clima do encontro amistoso, confiante, o que não condizia com a situação que o motivou: a mais grave crise financeira conhecida pelo mundo moderno.

Quando os líderes chegaram a Londres para a reunião, os dirigentes do G20 já tinham em mãos documentos do consenso em que eles iriam trabalhar. Nenhum deles foi surpreendido, todos sabiam que as divergências já haviam sido superadas e que eles poderiam, Ver. Pujol, anunciar medidas impactantes de combate à crise. Ao passar por cima desse fato, a imprensa acabou reforçando o espetáculo, mas deixou todos nós, simples mortais, leitores, sem saber como as coisas realmente funcionam.

Então, vamos verificar alguns fatos resumida e objetivamente. O primeiro deles: um grupo formado pelos países do G20, mais a Espanha e a Comissão Europeia, vai coordenar um sistema de detecção de sinais de crise para garantir a estabilidade do sistema econômico mundial. Essa decisão significa que o sistema de governança deverá ser mais transparente e confiável, uma vez que devem sair de cena as agências privadas de avaliação de risco que erraram completamente suas previsões durante o período que antecedeu a eclosão da crise.

Outra decisão importante: a legislação internacional sobre bancos e mercados financeiros será mais severa, com maior controle sobre os fundos de proteção e sobre os riscos tomados pelo sistema financeiro.

Nós queremos também colocar que os jornais deram destaque absoluto à destinação de um trilhão de dólares para o combate aos efeitos mais graves da crise, porque o número é impressionante, embora poucos soubessem dizer o significado desse valor. Também tem bastante repercussão o plano de reforma do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Mas as medidas mais importantes e que devem produzir mudanças no modelo de globalização são com relação ao fim dos chamados paraísos fiscais e a prioridade de investimentos para os projetos sustentáveis capazes de gerar, de fato, emprego e renda.

Mesmo tardias e insuficientes, as medidas apontadas vêm ao encontro de nós, militantes dos partidos e movimentos sociais, especialmente da esquerda, que sempre defendemos maior controle sobre o sistema financeiro e o resgate do papel do Estado como regulador da economia. É importante, então, dizer que, com tudo isso, a lição que fica da reunião do G20 é a esperança de que, definitivamente, o fundamentalismo de mercado vá para o lixo da história mundial. É isso que nós pensamos a respeito das decisões e deliberações tomadas na semana passada sobre o G20. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores que ainda estão nesta Casa - Verª Celeste, Ver. Toni, Ver. Pujol, Ver. Pedro Ruas, Ver. Oliboni e Ver. Adeli, que preside esta Sessão -, já estamos no final da reunião, e os senhores e as senhoras são testemunhas de que eu sempre fui defensora e construtora do Orçamento Participativo, antes, quando nós estávamos na Frente Popular, e também agora. Mas o que nós temos hoje, Verª Maria Celeste? Ver. Toni, eu tenho certeza de que o senhor vai nos ajudar a reconstruir este momento ou a desconstituir algumas práticas.

Na nossa região, na comunidade onde eu moro, nós articulamos e conseguimos priorizar, em primeiro lugar, a Educação, Ver. Adeli Sell. Depois de muitos anos, depois de muito asfalto, depois de muito saneamento - tudo é importante -, mas a questão da Educação, para nós, é fundamental, até porque nós queremos mudar um pouco a lógica das associações de moradores com as creches, porque nós sabemos que ainda são deficitárias.

Uma das comunidades que articulou a Escola Infantil, e ficou em primeiro lugar, a Vila Santa Helena, que tem várias áreas para serem apresentadas, no sábado foi informada pela tripartite e pelos conselheiros locais, lá na região da Lomba do Pinheiro, que está fora do processo, Ver. Adeli Sell. Por quê? Porque os conselheiros, lá na região, dizem que não têm nada a ver com isso. Porém, exatamente para a comunidade dos conselheiros, estão indo 300 mil reais que seriam para essa Escola Infantil!

Nós queremos uma explicação do Governo, porque o Governo Fogaça sabe que em todas as questões, muitas vezes com a oposição criticando - eu considero ser coerente a nossa Bancada -, nós sempre estaremos ao lado do Prefeito, porque quem ganha é a Cidade. Agora, eu não considero o OP nenhum instrumento revolucionário, mas no sentido da fiscalização, da participação, eu o considero superimportante. Então, nós temos que contribuir para que ele permaneça; foi uma conquista popular. Agora desconstituir uma comunidade que priorizou, em primeiro lugar, tendo área, não tendo esgotado todas as negociações... E os conselheiros dividiram, por interesse?! Desconstituíram quem se mobilizou em primeiro lugar? Eu quero ajudar o Prefeito Fogaça, a sempre Vereadora Clênia Maranhão, enfim, para reconstruir este momento dessa relação, porque isto é muito grave. Tentaram fazer isso no ano passado, nós conseguimos constituir novamente o processo na nossa região, e agora fazem novamente. Quer dizer, a comunidade se mobilizou, colocou em primeiro lugar, nós temos a área; é uma questão de o Governo desafetar uma área, e essa comunidade está fora do processo? Então, nós temos o quê? Um OP dos conselheiros; não é o OP das comunidades? Eu tenho certeza absoluta de que o Prefeito Fogaça não vai aceitar isso. Agora nós já recebemos a lista, daqui a pouco vem o caderno, e aí e deu. Quer dizer, nos trouxeram pronto esse presente grego.

A comunidade está se mobilizando: vem para cá, vai ao Prefeito, vai para a frente da Prefeitura no sentido de garantir um processo que o Prefeito já havia garantido; uma construção que a comunidade quis, abraçou para si. Não há nada perfeito, mas, mesmo não sendo um instrumento revolucionário, é uma conquista, é um instrumento de Governo onde há participação e há regras. E essas regras não podem ser quebradas neste momento do jogo.

Tenho certeza de que o Ver. Toni, que é nosso parceiro, nosso amigo, camarada Toni, vai nos ajudar a repor este momento lastimável que nós estamos vivendo. Nós não vamos aceitar que o Orçamento Participativo se transforme num orçamento na mão dos conselheiros, sob seus critérios. São os delegados e as comunidades que estão atentas ao processo que poderá ir por terra. Não é nesse sentido que nós queremos fazer desgaste ao Governo, porque ele se comprometeu e manteve. Nós podemos ter todas as críticas, mas nós, neste aspecto, queremos manter a conquista. Não é possível que a comunidade tenha se mobilizado e agora seja dada uma grande rasteira, e nós venhamos a sofrer - toda a comunidade - com isso em detrimento de outros interesses que não aqueles iniciais que nós tanto prezamos, Ver. Adeli Sell.

Então, dessa forma, Ver. Adeli, quero agradecer por sua tolerância, chamar a atenção do Governo e dizer que nós não vamos nos calar. Nós estamos nos mexendo e vamos nos mexer ainda mais. A gente não quer brigar, mas como diz o Ver. Sebastião Melo “panela de pressão é para ferver”, e nós estamos aí atentos, prontos para ajudar a recolocar a situação, ser parceiros para rever a situação juntamente com o Prefeito, se for necessário. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ouvi atentamente a indignação da Verª Maristela Maffei e, como fui citado várias vezes no discurso dela, queria aqui repor algumas informações. A primeira delas: quem é soberano na decisão das demandas é a comunidade; quem zela pela soberania da comunidade é o Fórum Regional do Orçamento Participativo, que é a instância que decide quando há uma dúvida, ou quando há uma controvérsia como a relatada pela Verª Maristela Maffei. Portanto, o que preside o atendimento da demanda por parte do Governo são critérios técnicos e não critérios políticos. Por isso há tanta demanda reprimida ainda no estoque de demandas, como se costuma chamar no Orçamento Participativo, porque, às vezes, temos dificuldades de critérios técnicos, burocráticos, e falta de recursos. Mas a decisão soberana daquela comunidade tem como avalista o Fórum Regional do Orçamento Participativo e não os Conselheiros. Os Conselheiros são, como nós somos, representantes de uma determinada região e não são os que tomam a decisão por aquela região.

Também quero corrigir uma informação: o Orçamento Participativo é um instrumento da população de Porto Alegre; não é mais deste ou daquele Governo. O Orçamento Participativo decide, depois de o Governo informar qual é o recurso que está disponível para aqueles temas que são debatidos na região, como aplicar esses recursos, de acordo com os critérios técnicos estabelecidos pelo Governo. Portanto, esse é um processo que não é do Governo: é um processo da população de Porto Alegre, e quem é soberano para decidir isso é o Fórum Regional ou é o Fórum Temático que está ligado àquela matéria. É preciso repor essas informações para que não se pense que os Conselheiros podem decidir por uma comunidade; a comunidade participa de uma plenária onde ela estabelece as prioridades da região, mas quem determina como vão ser aplicados os recursos que vão atender àquelas prioridades é o Fórum Regional.

Portanto, Verª Maristela Maffei, ainda há uma instância muito mais próxima da comunidade, que é quem pode deliberar sobre essa matéria. Mas não tenha dúvida, não só eu, como acredito que todos os Vereadores desta Casa querem ver, sim, as demandas decididas pela comunidade. Quando puderem ser atendidas dentro dos critérios técnicos e com o volume de recursos necessários, que sejam atendidas de acordo com as orientações da comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1408/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/09, que altera alíneas “j”, “l”, “m” e “t” do artigo 2º da Lei Complementar nº 318, de 28 de março de 1994, que cria o Conselho Municipal de Transportes Urbanos – COMTU.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0627/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/09, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, que institui a Semana Municipal de Incentivo ao Aleitamento Materno, a ser realizada anualmente, na primeira semana do mês de maio, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0852/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 025/09, de autoria do Ver. Waldir Canal, que institui os Títulos de Empresa Amiga da Criança e do Adolescente e de Amigo da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1011/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/09, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede a Comenda Porto do Sol à Sociedade Beneficente Cultural Africana Reino de Oxalá e Oxum.

 

PROC. Nº 1235/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/09, de autoria da Mesa Diretora, que altera o “caput” do art. 4º da Resolução nº 1.559, de 22 de agosto de 2001, que institui Estágio Curricular para estudantes de estabelecimentos de ensino médio e superior na Câmara Municipal de Porto Alegre, e alterações posteriores, passando para 42 (quarenta e dois) e para 85 (oitenta e cinco) o número de postos de Estágio Curricular de Ensino Médio e de Estágio Curricular de Ensino Superior, respectivamente.

 

PROC. Nº 0834/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/09, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que determina a execução do Hino Nacional e do Hino Rio-Grandense nos jogos esportivos federados realizados no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0854/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/09, de autoria do Ver. Waldir Canal, que obriga os estabelecimentos comerciais a manterem exemplar do Código de Defesa do Consumidor disponível para consulta e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Este Vereador desiste da discussão de Pauta. (Pausa.)

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tinha anunciado antes que estava propenso a falar sobre dois temas instituídos na Pauta, e um deles se esgota hoje, é a última oportunidade que eu tenho de me manifestar enquanto discussão preliminar. E quero, Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell, chamar a atenção da Direção da Casa a respeito de um fato. Nós não estávamos aqui na Casa, Ver. Pedro Ruas, e ficamos informados pelo farto noticiário da imprensa de que tinha sido feito - este é o termo - um enxugamento no número de Títulos e Condecorações concedidos anualmente pela Casa, e que evidentemente isso era um esforço no sentido de fazer com que esta Casa fosse mais política e que aqui se debatessem mais interesses públicos e se reduzissem o número de homenagens.

Eu vejo tramitando, Vereador-Presidente, na maior regularidade, um Projeto de Lei do Legislativo, de autoria do Ver. Waldir Canal, que institui os títulos de Empresa Amiga da Criança e do Adolescente e de Amigo da Criança e do Adolescente e dá outras providências. É um título muito bem justificado no Projeto de Lei do Legislativo, mas, a meu juízo, se contrapõe ao que foi anunciado fartamente pela Direção da Casa, que coincide ter sido renovada, mas mantida a Presidência que fez os anúncios no ano que passou. Eu, inclusive, quando fui informado desse dito julgamento, com muita tristeza verifiquei que uma comenda que nós havíamos introduzido, que era o Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva, com o qual haviam sido distinguidos os melhores e mais qualificados valores da defesa do tradicionalismo na Cidade, havia sido extinta. Eu entendi que a sua extinção era uma consequência dessa depuração que era feita no sentido de se reduzir o número de prêmios. Agora, à medida que vejo prosperar pedidos dessa ordem, Ver. Toni Proença, eu me sinto autorizado, se prevalecer essa situação, a pedir o restabelecimento, a revigorar essa comenda que havíamos instituído aqui na Casa, e que não sei se foi expressamente revogada. Deve tê-lo sido, diante das informações aqui constantes.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É um brevíssimo aparte, apenas para salientar, apesar de concluir diferentemente de V. Exª, e já explico - quero elogiar a atenção de V. Exª -, porque, de fato, não só o PLL nº 025/09 trata deste tema, como também o anterior, o PLL nº 011/09, e também o posterior, o PR nº 005/09. Todos eles, de alguma maneira, tratam de homenagens. Não me ocorre, Ver. Pujol, que a consequência seja - apesar de que isso é lógico - trazer novamente o sistema anterior. Agora, que V. Exª coloca uma contradição com absoluta razão, coloca. O que era anterior, agora está sendo revigorado com outros títulos, outros nomes e outros autores.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço pelo aparte de V. Exª, que só enriquece o meu pronunciamento. É, de fato, uma contradição; o próprio alardeamento de que a Casa tinha reduzido o número de homenagens não é o que se verifica no dia-a-dia; a Casa continua prestando várias homenagens. Parece que é transitório, mas o transitório está ficando definitivo. E se ao lado disso vierem iniciativas como esta, respeitáveis sob todos os aspectos, mas que ferem frontalmente o dispositivo e a disposição anunciada de se reduzir o número de prêmios... Por mais que eu reconheça o valor desta, não a considero com valor maior do que várias das premiações que existiam e que foram extintas. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, quero fazer aqui um comentário sobre o Projeto do Executivo que está em Pauta, o Projeto que propõe a alteração na Lei Complementar do Executivo Municipal que trata do Conselho Municipal de Transporte Urbano, o Comtu. O Executivo, com este Projeto, busca uma adequação, colegas Vereadores, do Conselho Municipal de Transporte Urbano e substitui algumas entidades por outras. Mas aí tem uma entidade que sai, a Agapan; e está sendo incluído o Conselho Regional de Economia. Como se trata do Conselho Municipal de Transporte Urbano, penso que esse Conselho, Ver. Adeli Sell, precisa assumir imediatamente algumas posturas na cidade de Porto Alegre a respeito do transporte urbano. A cidade de Porto Alegre está vivendo um caos, neste momento, no transporte público e no transporte privado, e o sistema de mobilidade urbana está totalmente esgotado.

Eu o ouvia há pouco, Ver. Adeli Sell, no período de Comunicações, quando V. Exª aqui fazia uma crítica, com a qual tenho concordância, a respeito do Secretário Senna, que não conduz a política de mobilidade urbana.

Ver. Pujol, quero trazer um outro fato aqui no qual o Conselho Municipal de Transporte Urbano tem que se deter, porque o Secretário Senna efetivamente não tem projeto de Mobilidade Urbana para a cidade de Porto Alegre e as iniciativas que toma são iniciativas desastrosas. Vou citar um exemplo aqui: a Av. Campos Velho, no cruzamento com a Av. Nonoai, em direção à Vila Nova, à Vicente Monteggia, até então quem se dirigia do Centro para o bairro, indo pela Av. Nonoai, pegava a direita na Av. Campos Velho e fazia o retorno para entrar direto na Av. Vicente Monteggia. Pois bem, eu fui um dos que foram surpreendidos: fui fazer esse retorno, no final de semana, e simplesmente esse retorno foi trancado, e há uma placa indicando o retorno 500 metros adiante - uma postura totalmente antitrânsito. Em vez de facilitar ou organizar aquele local, aquela sinalização, ou aumentar um pouco mais o trecho para fazer esse retorno, dar mais densidade ao canteiro central, transferiu-se o retorno para 500 metros adiante, ocasionando outros transtornos.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço pelo aparte. V. Exª certamente está comentando essas alterações propostas no Comtu. Eu quero dizer a V. Exª que certamente um pronunciamento como este vai deflagrar um grande debate, porque eu acho que teremos que nos voltar à raiz desse detalhe. Com relação a essa figura una do Secretário de Transporte, que praticamente desapareceu com a presença da EPTC, quero dizer que, por vezes, as pessoas se envolvem com os macroproblemas, como os problemas de metrô, etc., e esquecem dos microproblemas que, somados, resultam no maior problema da Cidade.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Pujol, eu gostaria muito que o Secretário Senna se envolvesse com os macroproblemas do metrô, mas nem com esses ele se envolve. Quero dizer que hoje eu tive aqui o prazer de apresentar, nesta Casa, a proposta do primeiro trem urbano que está sendo fabricado no Brasil, o qual tive o prazer de visitar, junto com o Presidente da Trensurb, o Marco Arildo, porque nós queremos trazer esse debate aqui para a cidade de Porto Alegre, esse é um papel que esse Conselho tem que assumir: os trens urbanos, a questão do metrô, fazer a análise do caos que está o transporte coletivo em Porto Alegre.

Com relação à poluição, se nós pegarmos os nossos ônibus... Porto Alegre foi uma das cidades que menos poluía no trânsito, hoje é a segunda cidade brasileira que mais polui, só perde para São Paulo. Este é um tema com o qual o Conselho Municipal tem que se preocupar, e o Secretário tem que orientar essa política.

Eu concluo, portanto, comentando esse Projeto da modificação do Conselho Municipal de Transporte Urbano, e dizendo que o transporte urbano de Porto Alegre, infelizmente, está um caos. O Conselho e o Secretário Senna precisam se deter e construir uma política efetiva. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h43min.)

 

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